PATRICIA CAMPOS MELLO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os chanceleres do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Guatemala, México, Paraguai, Peru e Uruguai vão emitir uma nota nesta quarta (7) em que reiteram o apoio ao Vaticano como mediador do diálogo entre o governo venezuelano e a oposição e advertem o presidente Nicolás Maduro.
Em transmissão ao vivo pela TV venezuelana, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, atacou duramente o Vaticano na sexta-feira (3). Ele se referiu ao Vaticano como um “facilitador” que seria “sabotador” e que era “cúmplice na tentativa de implodir o diálogo”.
Uma carta confidencial mandada pelo enviado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, a Maduro, Ernesto Samper (secretário da Unasul), aos três ex-presidentes que participam da mediação e a membros da MUD (Mesa da Unidade Democrática, que congrega legendas da oposição venezuelana) produziu a explosão de Maduro.
Na carta, o Vaticano “exigia” que, antes de 6 de dezembro, o governo implementasse medidas para permitir o ingresso de alimentos e remédios no país, que entrasse em acordo sobre um cronograma eleitoral, e libertasse os presos políticos. Encerrava a carta dizendo: “A Santa Sé se reserva o direito de tornar pública essa comunicação quando achar conveniente”.
Na nota, a que a reportagem teve acesso, os chanceleres afirmam que irão continuar “apoiando os esforços dos ex-presidentes e a contribuição prudente do Vaticano, que deve ser altamente apreciada por todas as partes e representou uma ajuda desinteressada para favorecer o processo de diálogo no país vizinho.”
Também pedem um “tratamento mútuo respeitoso e do cumprimento estrito dos acordos alcançados no âmbito deste diálogo, que são essenciais para gerar a confiança necessária, para assegurar o envolvimento permanente de todas as partes e para avançar na solução das diferenças, em benefício do povo venezuelano.”
Na semana passada, no dia 1º, a Venezuela recebeu a notificação de suspensão do Mercosul.