VENCESLAU BORLINA FILHO, ENVIADO ESPECIAL
RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira (19) que “a União federal está fazendo tudo o que lhe cabe” na atual crise penitenciária e que os resultados dependem de diversos fatores, inclusive da atuação conjunta com os Estados.
Nesta manhã, presos entraram novamente em confronto numa prisão no Rio Grande do Norte. na quarta (18), a violência ultrapassou os muros das unidades e chegou às ruas da capital Natal, com ônibus incendiados e ataques a delegacias.
Temer afirmou que a inspeção das Forças Armadas (Exército, Aeronáutica e Marinha) nos presídios será muito eficaz na apreensão de armas e celulares. Segundo ele, a entrada de armas e celulares nas unidades agravam a situação.
O presidente disse que em cerca de dez dias as Forças Armadas já estarão atuando nas unidades. Ele não explicou se o prazo será suficiente para evitar novas ações violentas, como as mortes e decapitações ocorridas no Amazonas e RN.
Ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Temer afirmou que os resultados das ações pelo governo federal vão depender também da atuação conjunta com os Estados. Ele citou que a solução é de médio a longo prazos.
Sobre a violência nas ruas em Natal, o presidente disse que para isso tem a presença das polícias Militar e Civil. “As Forças Armadas entraram [na crise] porque começou a romper fronteiras físicas e jurídicas. Não podemos ficar inertes”, afirmou.
O presidente afirmou que o governo federal já destinou R$ 150 milhões para compra de equipamentos de bloqueio de celulares e R$ 80 milhões para scanners de corpo e objetos, para serem instalados nas penitenciárias.
Temer também citou o projeto de construção de mais 30 presídios modulares. De acordo com ele, com as obras serão abertas mais 30 mil vagas até o final do ano. O projeto depende de licitações e de recursos da União e também para os Estados.
O peemedebista esteve nesta manhã em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) para anunciar a liberação de R$ 12 bilhões para o pré-custeio da safra agrícola 2017/2018. O valor destinado à aquisição antecipada de insumos, o pré-custeio, é R$ 2 bilhões superior ao montante de 2016.