SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pelo menos 38 ataques a carros oficiais, ônibus e prédios do governo ocorreram desde a tarde desta quarta-feira (18), segundo o governo do Rio Grande do Norte. De acordo com a administração estadual, a estratégia dos criminosos fora dos presídios é a mesma que ocorreu após rebeliões no Estado no ano passado.

O motim no presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta (região metropolitana de Natal) já está em seu sexto dia. Os ataques iniciados nesta quarta ocorrem após assassinatos de 26 detentos integrantes da facção criminosa Sindicato do Crime por rivais do PCC (Primeiro Comando da Capital), grupo criminoso nascido em São Paulo, no presídio de Alcaçuz. Entre a tarde de quarta e esta quinta criminosos atearam fogo em ônibus e carros oficiais nas cidade de Parnamirim (região metropolitana), Caicó (250 km de Natal), João Câmara (95 km de Natal) e Macau (180 km da capital.

Na tarde desta quinta (19), a Secretaria de Segurança Pública disse que entre os detentos que entraram em confronto nesta manhã há alguns com armas de fogo, além de facões. A série de ataques assustou os moradores de Natal nesta quarta-feira (18).

Ao anoitecer, as ruas ficaram vazias de pedestres e o tráfego de veículos, bem abaixo do normal, já que muitas pessoas foram para casa mais cedo. Ao todo, foram registrados 15 ônibus incendiados e tiros disparados contra duas delegacias. Segundo a Secretaria de Segurança Pública os ataques estão sendo apurados, mas há indícios de que tenham sido ordenados por membros da facção Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte.

A ação seria uma represália contra a transferência de 220 membros da facção do presídio de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN). As remoções começaram nesta quarta, após o Batalhão de Choque entrar na unidade e encerrar a rebelião que já durava cinco dias e deixou 26 detentos mortos. Com os ataques, a frota de ônibus da cidade foi recolhida. Sem opção, as poucas pessoas na rua acabavam optando por voltar para casa com táxis, que foram autorizados a fazer lotação. O taxista Ademir Silva, 62, disse que os natalenses não tinham alternativa de locomoção desde o fim da tarde.