ISABEL FLECK WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Na presença de uma dúzia de mineiros, o presidente americano, Donald Trump, anunciou uma “nova revolução energética” ao assinar nesta terça (28) um decreto que desfaz decisões tomadas por Barack Obama para frear o aquecimento global, incluindo o Plano de Energia Limpa, que restringe emissão de gases por usinas de carvão.

“O meu governo está acabando com a guerra contra o carvão”, disse Trump. “Com a ordem executiva assinada hoje, estou tomando um passo histórico para levantar as restrições sobre a energia americana”, completou.

Segundo ele, o decreto vai eliminar um extremo controle federal e “restabelecer a liberdade econômica”. O Plano de Energia Limpa, o principal legado ambiental de Obama, será revisado. A decisão, de outubro de 2015, já vinha sendo contestada na Justiça por Estados governados por republicanos. Outras mudanças previstas no decreto são a eliminação de uma moratória sobre a concessão de terras federais para a construção de novas usinas de carvão e a ordem para que todas as agências federais identifiquem regulações, regras e políticas “que servem de obstáculo à indústria de energia dos EUA”.

Apesar de não abandonar a meta assumida pelos EUA sob o Acordo de Paris -de cortar, até 2025, as emissões de gases-estufa em 26%, em relação aos níveis de 2005-, as mudanças impostas pela ação executiva de Trump tornam o seu cumprimento muito mais difícil.

O decreto também irá retirar menções ao “custo social” de gases do efeito estufa. No início deste mês, o chefe indicado por Trump para a Agência de Proteção Ambiental, Scott Pruitt, disse que não acreditava que o dióxido de carbono é um contribuinte importante no aquecimento global. A afirmação é contestada pela maioria dos cientistas e pela própria agência que Pruitt comanda.