MAELI PRADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A taxa de juros cobrada de consumidores com recursos livres, que não incluem crédito rural, financiamentos imobiliários e empréstimos do BNDES, subiu de 72,7% ao ano para 73,2% ao ano, informou nesta quarta-feira (29) o Banco Central.
No caso das empresas, os juros médios nos empréstimos com recursos livres ficaram quase estáveis, recuando de 28,8% ao ano para 28,7%.
As novas concessões de crédito com recursos livres caíram entre os dois meses -a redução foi de 11,4% entre janeiro e fevereiro para consumidores e empresas.
O atual ciclo de redução na taxa básica de juros, a Selic, começou no fim do ano passado, com duas reduções iniciais de 0,25 ponto percentual. De janeiro deste ano para cá, houve dois cortes mais fortes, de 0,75 ponto percentual, trazendo a taxa a 12,25% ao ano.
Quando se leva em conta os dados com recursos livres somado aos direcionados (crédito rural, financiamentos imobiliários e empréstimos do BNDES), a taxa de juros a consumidores caiu de 41,9% para 41,4% -para empresas, o recuo foi de 21,1% para 20,3%.
As novas concessões com recursos livres e direcionados também se reduziram entre um mês e outro, registrando queda de 10,4%.
SPREAD EM ALTA
O spread (diferença entre o que as instituições financeiras pagam para captar recursos e o que cobram de consumidores e empresas) dessas operações com recursos livres subiu de 41,8 pontos percentuais, em janeiro, para 42,5 pontos percentuais no mês passado.
No caso de consumidores, essa diferença cresceu de 61,2 pontos para 62,3 pontos percentuais; para empresas, de 18,2 pontos percentuais para 18,3 pontos.
A inadimplência, um dos fatores que compõe o spread, permaneceu quase estável , passando de 5,7% em janeiro para 5,6% no mês passado.
PARCELADO
Os juros do cartão de crédito parcelado subiram de 161,9% ao ano em janeiro para 163,5% ao ano, um aumento de 1,6 ponto percentual.
Já a taxa média do cartão de crédito rotativo caiu 5,2 pontos percentuais entre janeiro e fevereiro, se reduzindo de 486,7% ao ano para 481,5% ao ano.
No fim de janeiro, o CMN (Conselho Monetário Nacional) anunciou regras que valem a partir de abril e que impedem bancos de deixar o cliente no rotativo por mais de um mês, com o objetivo de impedir que as dívidas virem uma bola de neve.
Na avaliação de empresas de cartão, a medida só será sentida pelos consumidores a partir de maio.