SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em baixa nesta quinta-feira (11) e somou o terceiro dia de queda em relação ao real, em parte acompanhando o movimento de enfraquecimento da moeda americana no exterior e ainda refletindo um otimismo do mercado com a aprovação da reforma da Previdência.
O dólar comercial fechou em baixa de 0,66%, para R$ 3,148. O dólar à vista recuou 0,36%, para R$ 3,147.
A queda da moeda teve componentes domésticos e externos. Lá fora, o ruído político criado após o presidente americano, Donald Trump, demitir o diretor do FBI, James Comey, continuou repercutindo.
A decisão foi considerada controversa. Dias antes, Comey havia pedido mais recursos para ampliar a investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016, na qual Trump saiu vitorioso.
As supostas relações entre auxiliares de Trump e autoridades da Rússia provocaram turbulências nos primeiros meses do governo do republicano. A instabilidade fez 18 das 31 principais divisas do mundo ganharem força em relação ao dólar nesta quinta.
No campo doméstico, a postura do governo de barrar novas concessões para conseguir aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados é vista como sinal de que a proposta não será mais descaracterizada, o que poderia comprometer a economia necessária para equilibrar as contas públicas.
“Havia uma gordura no dólar devido à reforma e às dúvidas sobre o que seria alterado no projeto original. Agora, com a visão de que não deve haver mudanças para agradar o campo político, o dólar voltou ao patamar em que deveria estar”, diz Tarcísio Joaquim, diretor de câmbio do Banco Paulista.
O Banco Central não fez intervenção no mercado nesta sessão. Em junho, vencem US$ 4,435 bilhões em contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro).
Para Joaquim, o BC sinaliza que só vai atuar no mercado caso perceba que a instabilidade no câmbio pode afetar a economia e a confiança dos investidores, ou seja, se notar que a queda ou alta não é pontual.
BOLSA
A Bolsa brasileira conseguiu fechar em alta, na contramão dos principais mercados internacionais, que recuaram nesta quinta.
O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas do mercado acionário brasileiro, fechou em alta de 0,28%, para 67.537 pontos.
As ações do Banco do Brasil ajudaram a sustentar a alta da Bolsa, após subirem 3,12%. O banco divulgou que seu lucro quase que dobrou no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2016. O resultado do banco foi fruto de receitas maiores e corte de despesas.