Quem visita o Colégio Estadual Júlia Wanderley, em Curitiba, percebe algo diferente logo na entrada do corredor principal. Uma galeria com retratos de alunos de todas as séries chama a atenção. A ação faz parte do projeto pedagógico Aluno (a) Destaque que tem como objetivo reconhecer e incentivar valores e compromissos éticos nos estudantes.

Tirar notas boas não é suficiente para ingressar na galeria. É preciso alcançar uma lista de critérios estabelecidos pelos professores e pedagogos que inclui pontualidade, participação, organização, comprometimento, companheirismo, respeito e relacionamento harmonioso com colegas e professores entre outros. 

O destaque não é aquele que tem as melhores notas, mas aquele que atingir uma superação pessoal fazendo algo a mais pela escola, colegas e para sociedade sendo um bom cidadão. Precisamos cultivar esses valores porque o adolescente tem aprender que ele precisa fazer algo para a sociedade, contou a diretora-auxiliar Valéria Meler Pereira da Silva. 

O colégio possui aproximadamente 1,3 mil alunos do ensino fundamental, médio e técnico que se revezam na galeria a cada bimestre. O projeto serve como incentivo para boas práticas e eles ficam com uma expectativa muito grande para saber se vão aparecer no mural, disse Valéria. 

EXEMPLO AOS COLEGAS

O exemplo dos estudantes em destaque também reflete nos colegas que ainda não foram contemplados pelo projeto. É um incentivo porque os alunos que não estão no mural vão se esforçar mais porque sabem que serão reconhecidos e que alguém está percebendo sua dedicação. Fico orgulhoso em ser exemplo para alguém, disse o estudante Kauê Antonievcz Diogo, de 15 anos, do 2° ano do ensino médio. 

A aluna do 1° ano do ensino médio, Mariana Catenacci dos Santos, de 14 anos, lembrou que o exemplo contribui para resgatar valores esquecidos na sociedade. As pessoas estão muito desacreditadas com a sociedade e principalmente os mais velhos com a juventude. O pensamento comum hoje em dia é essa desesperança de que tudo está errado e perdido. Acho que dar esse exemplo vai contra essa concepção de que a juventude está perdida e serve como esperança para a sociedade de que as coisas podem melhorar, disse Mariana. 

Sua colega, a estudante Mayra Pacheco Machado, de 15 anos, também do 1° ano do ensino médio, lembrou que os valores destacados pelo projeto vão além da sala de aula. Envolve o comportamento como estudante e como cidadã. Aprendi muitas coisas e uma delas é tentar ser uma pessoa melhor a cada dia, disse.