SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O promotor Marcelo Mendroni disse que usou na denúncia que apresentou contra a CPTM valores que constam de documentos oficiais da empresa. “Deduzi que a CPTM orquestrou o cartel e direcionou as licitações para os vencedores, evidentemente, não a troco da nada…”.
Mendroni afirma que há problema seja com superfaturamento ou com gasto abaixo do que foi contratado.
“Se orçaram e efetivamente pagaram aqueles valores reajustados, houve evidente superfaturamento. Se orçaram e não pagaram aqueles valores, foi porque deixaram de cumprir com as reformas dos trens que eles mesmo disseram necessitar, e isso já justificaria o estado de conservação dos trens, com reclamações quase diárias da população paulista. Isso tudo é o que eles deverão explicar na Justiça”, afirma.
Segundo ele, as divergências sobre valores pagos serão esclarecidos na Justiça.
O promotor diz ter pedido ao juiz para que a empresa informe os valores pagos nos contratos de manutenção, que vão passar por perícia.
Mendroni conta que depois de ver tantos problemas em contratos de trens é obrigado a desconfiar das versões apresentadas pelas empresas. “Sou pago pela sociedade para desconfiar, ainda mais depois de ver tantos cartéis e tantas fraudes em todos esses contratos de trens”.
A CPTM diz que não há negligência na manutenção de seus trens. Em 2012, foram registradas 7.717 falhas por quilômetros rodados, um indicador da qualidade dos trens e da manutenção. No ano passado, foram 5.947.