A maior parte dos casos de homocídio são registrados de noite ou de madrugada, em lugares ermos ou dentro de casa, o que dificulta a identificação dos autores, aponta o relatório de 2016 do Grupo Gay da Bahia. Além disso, contudo, quando há testemunhas, muitas acabam se recusando a depor devido ao preconcento anti-LGBT.

Mas o que mais chama a atenção é o preconceito oficial e institucional: Policiais, delegados e juízes manifestam sua homotransfobia ignorando tais crimes, negando, sem justificativa plausível, sua conotação homofóbica, diz o grupo.

No ano passado, foram registrados 343 homocídios em todo o país. Somente em 17% dos casos o criminoso foi identificado (60 de 343), mas o número de ocorrências que resultou em abertura de processo e punição aos assassinos é bem menor: 10%.

A impunidade estimula novos ataques. Dentre os 60 criminosos de LGBT, praticamente a metade mantinha contatos próximos com a vítima, seja como companheiro atual (27%) ex-amante (7%) e parentes da vítima (13%), aponta o relatório anual do GGB. Clientes, profissionais do sexo e desconhecidos em sexo casual foram responsáveis por 47,5% desses crimes de ódio.