Integrantes da base aliada começam a estudar maneiras de votar em bloco todas as denúncias que a Procuradoria-Geral da República apresentar contra o presidente Michel Temer. A avaliação da base é que Temer não aguentará o desgaste se for submetido mais de uma vez ao escrutínio do plenário. Por enquanto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente apenas por corrupção passiva, mas a expectativa é que pelo menos uma segunda denúncia, por obstrução à Justiça, seja apresentada em breve.
Um deputado próximo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começou ontem, a fazer consultas a técnicos da secretaria-geral da Casa para saber se é possível realizar uma votação conjunta das denúncias.
Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde as denúncias começarão a tramitar, o debate já começou. Segundo o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco, a princípio, cada caso terá tramitação em separado, mas nada impede que elas tenham um mesmo relator. O fatiamento das denúncias preocupou o Palácio do Planalto. A ideia de Temer era resolver rapidamente o assunto. Para barrar a denúncia, o Planalto precisa do voto de pelo menos 172 dos 513 deputados. Na Câmara, o sentimento dos parlamentares é que, hoje, o peemedebista teria fôlego para derrubar a primeira denúncia, mas que não se sabe como estará o humor da base quando as próximas forem submetidas ao plenário.