A Câmara Municipal de Curitiba realizava a última sessão antes do recesso de julho na manhã desta quarta-feira (28), quando foi invadida por servidores municipais e foi suspensa por volta das 9h30. Os servidores que invadiram o plenário gritaram palavras de ordem, como “vendidos”. Notas de dinheiro de mentira foram jogadas no plenário. A invasão acontece após a aprovação do pacote fiscal proposto pela Prefeitura de Curitiba. 

Cerca de 70 manifestantes que estavam na frente da casa legislativa derrubaram as grades e arrebentaram a porta principal da Câmara. A ocupação durou cerca de 20 minutos.  Os vereadores seguiram para sala anexa ao plenário e s reuniram na sala da presidência.

Foi a primeira sessão no Palácio Rio Branco após dois dias de sessão na Ópera de Arame, onde foram aprovados os principais pontos do pacote fiscal proposto pela Prefeitura de Curitiba. Antes da invasão, 28 servidores acompanhavam a sessão das galerias. O nº é o limite máximo autorizado pelo laudo do Corpo de Bombeiros.

A Câmara Municipal de Curitiba concluiu na terça (27)a aprovação de quatro projetos do pacote de ajuste fiscal do prefeito Rafael Greca (PMN), na Ópera de Arame, em um cenário completamente diferente da véspera. Ao contrário do primeiro dia de votação, na segunda-feira, marcado por intensos confrontos entre policiais militares e manifestantes que terminaram com pelo menos 24 feridos, ontem os vereadores não tiveram que enfrentar qualquer protesto contra as medidas. 

A PM mantece o cerco da Ópera de Arame, isolando todas as vias de acesso ao local, mas o esquema não precisou ser acionado. Os servidores optaram concentrarem os protestos no Centro Cívico, partindo de uma concentração na Praça 19 de Dezembro, conhecida como a praça do Homem Nu, e seguindo até a sede da prefeitura. A manifestação terminou sem maiores incidentes, com uma assembleia da categoria na Praça Nossa Senhora de Salete.

Enquanto isso, os vereadores confirmaram a aprovação em segundo turno dos quatro projetos. As medidas incluem o aumento de 11% para 14% das contribuições dos servidores para a previdência municipal a partir de 2018 e o saque de R$ 600 milhões do fundo de aposentadoria pela prefeitura; o adiamento da data-base do reajuste salarial anual do funcionalismo de março para outubro; o leilão de dívidas da prefeitura e a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal municipal. Outros sete projetos do pacote que não estão sob regime de urgência aguardam parecer da Comissão de Economia da Câmara, e devem ser votados nos próximos dias. Hoje, a Casa volta a realizar as sessões em sua sede, no Palácio Rio Branco, centro da Capita.

A exemplo do dia anterior, os parlamentares da base do prefeito evitaram discursar, se concentrando na votação. Vereadores de oposição novamente criticaram a forma como a votação foi conduzida, pedindo mais uma vez, sem sucesso, a retirada das propostas de pauta. A votação foi transferida para a Ópera de Arame na segunda-feira e ontem depois que as duas tentativas anteriores de votar o pacote terminaram com invasão da sede da Câmara.