Com o anúncio do governo federal de aumentar a alíquota do PIS/Cofins de R$ 0,38 para R$ 0,79, no final da semana passada, muitos postos já embutiram a alta de R$ 0,41, o que levou o litro da gasolina para mais de R$ 3,79. Esse valor tem os R$ 0,79 do PIS/Cofins, mas se somados os R$ 0,10 da Contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre as operações realizadas com combustíveis (Cide), são R$ 0,89 só de impostos federais. Se somarmos os 30% do ICMS cobrado no Paraná, são mais de R$ 2 somente com a tributação.

O aumento dos impostos sobre os combustíveis — PIS e Cofins — visa gerar arrecadação de R$ 10,4 bilhões ao Governo este ano, diminuindo o déficit primário. Além da gasolina, o preço do diesel e do etanol também sofrem a incidência do PIS/Cofins.
E pode vir mais aumento pela frente. No sábado, a Petrobras reajustou o preço da gasolina e do diesel nas refinarias, em 1,4% e 0,2%, respectivamente.
Cadeia produtiva — A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) criticou a decisão do governo de aumentar impostos cobrados na comercialização de combustíveis para melhorar a arrecadação e reduzir o rombo das contas públicas.
Em nota assinada pelo presidente da entidade, João Sanzovo Neto, a Abras diz que o reajuste nos preços dos combustíveis terá reflexo em toda a cadeia de abastecimento e representa mais um obstáculo a quem quer “empreender e crescer”.
“O País ainda sofre os efeitos da crise econômica e acreditamos que o caminho para a retomada do crescimento não inclui nenhuma tributação a mais”, afirma a entidade ao comentar o anúncio, feito ontem pelo governo, de aumento do PIS/Cofins sobre os combustíveis.
Segundo estimativa da Agência Nacional de Transporte de Cargas (ANTC), o aumento do imposto do combustível poderá gerar um aumento de até 4% no preço do frete.