O mercado de drones é um dos que mais deve crescer nos próximos anos no Brasil. Os avanços tecnológicos, que resultam em custos menores, e a popularização dos equipamentos deverão transformar o mercado em um dos mais promissores para empreendedores no país. Com este cenário, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou em maio o regulamento para o uso das aeronaves remotamente pilotadas. A partir de agora, os pilotos deverão ter habilitação, entre outras exigências — a menos que os modelos tenham menos de 250g.

Estávamos aguardando a regulamentação do mercado de drones pela Anac, até então a gente estava em um limbo jurídico, todo mundo trabalhava na informalidade, afirma o empresário Márcio Vieira, proprietário de uma empresa de drones e coordenador de um curso de pilotagem que começará em setembro no Centro Europeu, em Curitiba.

Segundo Vieira, a cada ano o RPA (Remote Piloted Aircraft, o verdadeiro nome do que ficou conhecido como drone) vem ganhando novas utilizações no mercado. Hoje, é muito usado em agronomia de alta precisão, em engenharia, e em vistorias de redes elétricas, que eram feitas por helicóptero, diz. Já fizemos um projeto em que o drone detecta focos de dengue e faz o tratamento, com o lançamento de larvicida.

Os drones também são usados na produção de peças publicitárias, filmes e matérias jornalísticas. Ele funciona como uma grua, comenta Vieira. Outra área é a de segurança pública. As informações e imagens captadas são usadas no planejamento da polícia. De acordo com Vieira, um próximo passo deverá ser o patrulhamento de áreas extensas, como parques e praças. É uma profissão do futuro, define o empresário. É um mercado em que cada um vai estabelecer a sua área de atuação.

O custo dos serviços aéres, com a regulamentação e a popularização dos RPAs, também deve cair. Tudo depende do equipamento com que vou voar. Não é um trabalho caro, comparativamente a outras tecnologias usadas para a mesma atividade. Contratar um drone para fazer um mapeamento de Curitiba, por exemplo, pode custar cerca de 10% do valor usado para contratar uma aeronave, diz Vieira. Não há comparação entre a hora de um helicóptero e a hora de um drone. Sem contar a segurança, pois o drone não tem ninguém dentro.

Hoje, segundo Vieira, é possível adiquir um bom equipamento por um valor que varia de R$ 8 mil a R$ 10 mil. A autonomia de equipamentos menores fica em torno de 15 a 20 minutos, mas drones maiores, usados em trabalhos de agronomia e engenharia, por exemplo, podem ficar no ar até por uma hora e meia. A altura máxima, determinada pela Anac, é de 120 metros.