SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aos 73 anos de vida e 51 de carreira, o compositor Chico Buarque é um dos maiores nomes da música popular brasileira.
Ao longo dessas cinco décadas, foi celebrado por suas composições cuja fatura refinada mereceu sempre atenção da crítica, como nesta análise do letrista Carlos Rennó.
Em paralelo, manteve desde 1974 uma carreira literária também cultuada, como mostra o crítico Luís Augusto Fischer neste texto.
Nascido no Rio em 1944, filho de Maria Amélia Cesário Alvim e de Sérgio Buarque de Holanda, Chico Buarque reuniu o gosto musical da mãe, pianista amadora, e a veia política do pai, historiador e sociólogo, autor de “Raízes do Brasil” e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores.
Suas opiniões políticas eventualmente o levaram a ser odiado por muita gente.
Para críticos como o jornalista Luiz Fernando Vianna, apesar de ter mantido a qualidade, sua obra mais recente não justificaria os comentários raivosos e os ataques, sobretudo na internet, pois não sustentou o diálogo com a atualidade.
Ao menos fora das composições, em pronunciamentos públicos e em raras entrevistas, Chico não se absteve de comentar o quadro no país.
Em 2004, falando à Folha de S.Paulo em Paris, disse enxergar no Brasil um país “cada vez mais irracional”; na entrevista, afirmou que as pessoas queriam “exterminar os pobres do Rio”.
Naquele mesmo ano, pronunciou-se pela primeira vez desde a eleição de Lula, em 2002 sobre o que pensava do governo e do Brasil, criticando a escalada do pensamento reacionário no país e o ódio com que cidadãos e a mídia se referiam ao então presidente.
Ao lançar o CD “Carioca”, em 2006, já após o escândalo do mensalão, afirmou que votaria em Lula de novo.
De Nova York, contou que escreveu “músicas para mulheres cantarem” e afirmou que seu primeiro livro, “Fazenda Modelo”, de 1974, foi escrito porque durante a ditadura muitas músicas eram censuradas. “Não foi um bom livro. Foi escrito com raiva.”
Em 2014, lançou seu quinto romance, “O Irmão Alemão”, no qual transformou em ficção a busca por seu meio-irmão, nascido de um namoro do pai em Berlim.
Após uma pausa musical de seis anos, ele lança o álbum “Caravanas”, seu 23º trabalho solo e o primeiro álbum desde que lançou “Chico”, em 2011.
DISCOGRAFIA
– Chico Buarque de Hollanda (1966)
– Morte e Vida Severina (1966)
– Chico Buarque de Hollanda – Vol.2 (1967)
– Chico Buarque de Hollanda – Vol.3 (1968)
– Chico Buaque de Hollanda (1968)
– Umas e Outras (1969)
– Chico Buarque de Hollanda (1969)
– Chico Buarque na Itália (1969)
– Apesar de Você (1970)
– Per Un Pugno Di Samba (1970)
Chico Buarque de Hollanda – Vol.4 (1970)
– Construção (1971)
– Quando o Carnaval Chegar (1972)
– Caetano e Chico Juntos e ao Vivo (1972)
– Chico canta (1973)
– Sinal Fechado (1974)
– Chico Buarque & Maria Bethânia ao Vivo (1975)
– Meus Caros Amigos (1976)
– Cio da Terra (1977)
– Os Saltimbancos (1977)
– Gota D’água (1977)
– Chico Buarque (1978)
– Ópera do Malandro (1979)
– Vida (1980)
– Show 1º de Maio (1980)
– Almanaque (1981)
– Saltimbancos Trapalhões (1981)
– Chico Buarque en Espanhol (1982)
– Para Viver um Grande Amor (1983)
– O Grande Circo Místico (1983)
– Chico Buarque (1984)
– O Corsário do Rei (1985)
– Ópera do Malandro (1985)
– Malandro (1985)
– Melhores Momentos de Chico & Caetano (1986)
– Francisco (1987)
– Dança da Meia-lua (1988)
– Chico Buarque (1989)
– Chico Buarque ao Vivo Paris Le Zenith (1990)
– Paratodos (1993)
– Uma Palavra (1995)
– Terra (1997)
– Álbum de Teatro (1997)
– Chico Buarque de Mangueira (1997)
– As Cidades (1998)
– Chico ao Vivo (1999)
– Chico e as Cidades (2001)
– Cambaio (2001)
– Box Chico Buarque – Construção (2002)
– Chico Buarque – Duetos (2002)
– Chico ou o País da Delicadeza Perdida (2003)
– Box Francisco (2004)
– Chico no Cinema (2005)
– Box Chico Vol 1 (2005)
– Box Chico Vol.2 (2005)
– Box Chico Vol.3 (2005)
– Box Chico Vol.4 (2006)
– Carioca (2006)
– Carioca ao Vivo (2007)
– Carioca ao Vivo (2007)
– Chico Buarque Essencial (2008)
– Chico (2011)
– Tua Cantiga (2017)