Em agosto, o Comitê Técnico do Instituto Paranaense de Reciclagem (InPAR) se reuniu com os representantes do projeto Elos da Sustentabilidade, em Campo Largo, para visitar cooperativas assistidas pelo projeto e afinar a parceria entre o instituto e a Prefeitura de Campo Largo para a ampliação do programa de logística reversa no município.

A reunião, que contou com a presença do Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Campo Largo, Eduardo Cogo Fernandes, da coordenadora do Projeto Elos da Sustentabilidade, Walquíria Menna Brusamolin Santos, e dos representantes do InPAR, possibilitou uma análise mais ampla das futuras estratégias que farão parte da parceria com o InPAR. O encontro trouxe as direções necessárias para que o instituto auxilie na análise de uma nova estrutura, mais segura e inteligente, bem como nas documentações e fiscalizações.

Segundo o secretário, o objetivo desta iniciativa é trazer qualidade de vida a Campo Largo por meio de um ambiente mais limpo e sustentável. A conexão feita por meio de um intermediador como o InPAR entre o município e os seus resíduos gerados e quem os produz, ou seja, os parques industriais e toda a cadeia produtiva, é essencial e melhora a qualidade de vida dos nossos moradores. Em vez de promover o embate direto, é necessário trazer a coisa pública e privada, a comunidade e, também, a justiça por meio do Ministério Público para a mesa de discussão. Assim, lembramos que este é um país que tem leis a serem cumpridas, mas também, abrimos a discussão de um maior alinhamento e modernização dos nossos procedimentos e da legislação ambiental. Esta iniciativa não só é importante para nós, mas principalmente, para aqueles que estão por vir, explica.

 

Projeto Elos da Sustentabilidade

Iniciado em 2006 de um diagnóstico e do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Campo Largo, o projeto Elos da Sustentabilidade, que no começo era chamado de Programa Vamos Reciclar Campo Largo, visa buscar a sustentabilidade socioambiental, fortalecer os elos da reciclagem no município, bem como gerar emprego e renda para catadores de materiais recicláveis. Outros municípios já vieram conhecer o projeto, como Carambeí e São José dos Pinhais, então sabemos que há uma carência e que poucos têm a coleta seletiva. Por isso, pretendemos que este seja um modelo de referência para o estado ou mesmo para o país, conta a coordenadora Walquíria Menna Brusamolin Santos.

Entre 2011 e 2015 foram investidos no projeto mais de R$ 731 mil – inclusive na construção do barracão do Centro de Triagem. Agora, o objetivo do projeto é ampliar a atuação por meio dos recursos a serem captados no Edital do Fundo Socioambiental Caixa. Trata-se de um fundo financeiro que apoia projetos socioambientais em parceria com órgãos públicos e entidades privadas, voltados ao desenvolvimento integrado e sustentável para a população de baixa renda.

A coordenadora do projeto explica que, se aprovado, o projeto integrará novas tecnologias e ampliará o barracão para agregar neste mesmo espaço as quatro associações de catadores de Campo Largo – Associação de Reciclagem Amigas do Meio Ambiente (ARAMA), Associação Unidos da Reciclagem (ASSUR), Associação de Reciclagem Lutar e Vencer (ARLeV), Associação de Reciclagem Campolargense (ARC). Assim, será possível alcançar um volume suficiente de produção e aumentar o valor dos materiais. Por exemplo, um material que hoje é vendido a R$ 0,32, a cooperativa poderá vender a R$ 0,40 ou R$ 0,50. Mas para isso é preciso escala de separação, completa.

Após a conversa, a equipe do InPAR realizou uma visita técnica às associações de catadores. Contamos com o apoio do InPAR para trazer a inovação ao nosso projeto, finaliza Walquíria.