O ministro da Saúde e deputafo federal paranaense Ricardo Barros (PP) acusou ontem o Ministério Público Federal (MPF) de agir politicamente ao pedir seu afastamento do cargo à Justiça, sob a acusação de tentar esvaziar a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) para transferir as instalações de Pernambuco para seu reduto eleitoral, o Paraná. Criada em 2004, a estatal é vinculada ao Ministério da Saúde e é responsável pela produção de medicamentos hemoderivados. Segundo Barros, a denúncia é inepta.
É uma ação política do Ministério Público, como tantas outras que a gente vê todo dia, mas eu não sou parte desse processo, não sou eu que decido, portanto, a ação é inepta por princípio, afirmou o ministro. A fábrica da Hemobrás, localizada no município de Goiana (PE), funciona apenas de forma parcial. A obra, iniciada em 2010, ainda não foi concluída.
Segundo Barros, há uma negociação em curso com o fabricante dos medicamentos para manutenção do acordo de compra. A Shire começou oferecendo R$ 30 milhões em investimentos na Hemobrás. Atualmente está oferecendo R$ 300 milhões. Ainda assim não termina a fábrica de fracionamento lá (em Pernambuco). Nós vamos apertar a negociação e conseguir concluir todo o sistema de sangue da Hemobrás. É preciso paciência e tranquilidade para que possamos tomar do investidor privado os recursos necessários e para que não fique lá uma parte da fábrica inacabada como é a atual proposta, alegou Barros.