MARINA DIAS E MARIANA CARNEIRO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Michel Temer almoçou nesta quarta-feira (18) com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, na tentativa de afastar rumores de que o executivo corre o risco de ser demitido do banco estatal. Embora auxiliares do presidente digam que Temer não discutiu a suposta saída de Rabello durante o encontro no Palácio do Planalto, setores do governo estão insatisfeitos com o executivo e aventaram a possibilidade de troca no comando do banco como um aceno em direção ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Depois de ter conseguido barrar a primeira denúncia contra ele na Câmara, em agosto, Temer chegou a oferecer a presidência do BNDES para que Maia indicasse um aliado ao posto, mas acabou nomeando Rabello, que não agradou ao presidente da Câmara nem mesmo ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Temer quer arrefecer a crise que se instalou entre ele e Maia às vésperas da votação da segunda denúncia na Câmara, visto que a liderança do presidente da Casa será fundamental para que o peemedebista se livre da acusação formal e consiga votar medidas importantes para o ajuste fiscal. A pessoas próximas, porém, Maia tem dito que demitir Rabello é uma vontade do núcleo político do governo, que nunca digeriu bem sua indicação —uma escolha pessoal de Temer— e que, portanto, não lidará com esse desgaste. Publicamente, o presidente da Câmara diz que “apoia a permanência de Rabello à frente do BNDES” e que sua eventual saída “não ficará” na sua conta. Nesta quarta, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, desmentiu os rumores de demissão de Rabello, publicadas pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. “Não tem nenhuma decisão sobre isso”, afirmou o ministro. Oliveira disse ainda não saber sobre pedidos de substituição, supostamente advogados pelo presidente da Câmara. “Não sei se é verdade, a única coisa que posso afirmar com certeza é que Paulo Rabello não está sendo demitido”, declarou. Oliveira acrescentou que o Planejamento “está muito satisfeito” com o trabalho do executivo no banco. “Houve no início, logo que Paulo assumiu, fez comentários sobre isso [contrariedade com a TLP]. Mas isso está superado, à medida que foi publicada uma nota conjunta justificando a questão”, afirmou.