SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O blogueiro e ativista político Alexei Navalni, principal oposicionista do líder russo, Vladimir Putin, deixou a cadeia neste domingo (22) e retomou horas depois sua campanha às eleições presidenciais de março de 2018.
Navalni havia sido preso em 29 de setembro em Moscou enquanto estava a caminho de Nizhny Novogrod, a 465 km da capital, onde participaria de um protesto contra o mandatário que havia sido proibido pelo Kremlin.
A condenação, porém, foi por organizar a onda de protestos contra o Kremlin no aniversário de Putin, no dia 7, também não permitidos pelas autoridades. A mobilização terminou com mais de 200 manifestantes detidos.
A soltura foi anunciada pelo próprio oposicionista em um canal oficial. Na sequência, viajou a Astrakhan, a 688 km de Moscou, para participar à noite de outra manifestação, desta vez autorizada pelo Executivo russo.
Ele disse que continuará em campanha presidencial embora a Justiça russa tenha cassado seus direitos políticos até 2028. “Temos mais direito de participar das eleições que todos os outros candidatos”, declarou em seu site.
Navalni é considerado inelegível por ter sido condenado a cinco anos de prisão por improbidade administrativa em uma companhia de exploração florestal em 2009 -a pena está em suspenso desde então.
Na semana passada, a presidente da Comissão Eleiroral, Ella Pamfilova, declarou que “quando cumprir este prazo, em 2028 mais cinco meses, poderá ser plenamente candidato […] Tem toda a vida pela frente”.
O oposicionista cumpriu sua terceira pena de prisão neste ano por organizar manifestações. Para ele, os processos judiciais são “fabricados” com “evidentes motivos políticos” para impedi-lo de disputar cargos públicos.
Se autorizado, Navalni deverá ser o principal candidato da oposição para enfrentar Putin, que tentará se eleger pela quarta vez. Caso ganhe, como preveem as pesquisas, o mandatário ficará até 2024 à frente do Kremlin.
O adversário do líder russo, porém, terá que lidar com Ksenia Sobchak, uma estrela de TV próxima da oposição, que Navalni considera uma “caricatura de candidata liberal” e cuja postulação seria “um plano” de Putin.