SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Unicamp regulamentou nesta terça-feira (21) uma proposta de mudança no vestibular que abre mais quatro formas de acesso à universidade: cotas, Enem, vestibular indígena e medalhistas de competições científicas.
O Consu (Conselho Universitário da Unicamp), acatou a maior parte das sugestões encaminhadas por um grupo de trabalho designado para repensar as vias de ingresso na universidade.
As medidas valerão para os estudantes que entrarem na instituição a partir de 2019. É o caso da oferta de vagas pelo Enem e das cotas étnico-raciais.
Agora, 80% das vagas serão oferecidas pelo vestibular, das quais 15% vão ser destinadas a quem se autodeclarar preto ou pardo.
As 20% restantes serão preenchidas pela prova do Enem —10% oferecidas a todos os alunos de escolas públicas e as outras 10% vinculadas a critérios raciais: 5% para estudantes pretos ou pardos da rede pública e 5% apenas para estudantes pretos ou pardos.
A proposta enviada para avaliação do Consu previa que as vagas extra-vestibular fossem promovidas via Sisu (Sistema de Seleção Unificada), do Ministério da Educação, mas optou-se por um sistema próprio com base no desempenho do candidato no Enem —a ser regulamentado por edital.
“Foi um dia muito importante para Unicamp. A ideia foi diversificar as formas de ingresso na universidade para atrair estudantes mais diversos e, naturalmente, os melhores estudantes. Um aspecto fundamental da universidade é ter a sociedade refletida dentro da sua população”, afirmou o reitor da instituição, Marcelo Knobel.
VESTIBULAR INDÍGENA
O Consu também votou a favor da criação de um vestibular específico para indígenas. A medida será facultativa em 2019 e 2020, mas todos os cursos da universidade deverão adotar o sistema a partir de 2021.
A ideia inicial é reservar a esse público até duas vagas em 16 cursos: medicina, ciências biológicas, farmácia, enfermagem, educação física, nutrição, ciências sociais, letras, linguística, pedagogia, geografia, história, filosofia, administração, comunicação social/midialogia e engenharia agrícola.
Também serão criadas vagas extras para destaques em olimpíadas nacionais de conhecimento, como a Olimpíada Brasileira de Matemática e a Olimpíadas Brasileira de Física.
Além disso, o programa de bônus da universidade, o Paais (Programa de Ação Afirmativa e Inclusiva), também será remodelado. A pontuação extra, adicionada à nota final da primeira e da segunda fase do vestibular, passa a ser de 40 pontos para estudantes que cursaram todo o ensino médio na rede pública e de 20 pontos para estudantes que cursaram todo o ensino fundamental 2 na rede pública. Com as mudanças previstas, o sistema deixa de abranger os autodeclarados pretos, pardos e indígenas.