SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Começando neste sábado (20) sua quarta viagem a Israel, o vice-presidente americano, Mike Pence, volta a uma região que ele diz ter visitado “um milhão de vezes” em seu coração.
Evangélico com laços fortes com a Terra Santa, Pence desta vez leva na bagagem duas decisões políticas que há muito são suas prioridades: declarar Jerusalém a capital de Israel e reduzir a ajuda financeira à Palestina.
Na terça (16), o governo americano anunciou que irá congelar US$ 65 milhões de um fundo estimado em US$ 125 milhões para agências da ONU que promovem assistência de saúde, educação e serviços sociais aos palestinos.
A decisão é um sintoma da frustração expressada por Trump sobre a falta de progresso em retomar as negociações entre Israel e os palestinos —que cancelaram os planos para encontrar com Pence durante sua visita ao Oriente Médio.
Desde seus dias como congressista, há uma década, Pence atuou para incentivar mudanças nas políticas dos Estados Unidos relacionadas à capital israelense e para limitar os recursos destinados à causa Palestina, há muito criticada por Israel.
Viajando à Israel em meio a críticas dos palestinos às recentes decisões do governo Trump, o vice-presidente chegará à região como um reconhecido apoiador de Israel e como alguém que tem questionado a ideia de que os EUA são um “mediador honesto” do processo de paz no Oriente Médio.
“Os Estados Unidos certamente querem ser honestos, mas nós não queremos ser mediador”, disse Pence a um canal de TV cristão em 2010. “Um mediador não escolhe lados. Um mediador negocia com duas partes igualmente.”
O vice-presidente terá quatro dias de reuniões no Egito, na Jordânia e em Israel —será a primeira visita desde que, em dezembro, Trump anunciou os planos de declarar Jerusalém a capital do país e transferir a embaixada americana de Tel Aviv para a Terra Santa.