Bastou o presidente Michel Temer (PMDB) nomear a deputada federal Cristiane Brasil (PTB) para o Ministério do Trabalho para pipocar quase que diariamente notícias sobre a vida pregressa da parlamentar. Ela que é filha de Roberto Jeferson, condenado no processo do Mensalão, era apenas mais uma dentro da Câmara Federal – apesar da linhagem. Era. Porque agora sua vida está sendo devassada de fio a pavio.
Associação ao tráfico, ações trabalhistas, suspeita de usar de forma indevida verba disponibilizada pela Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) são apenas algumas das notícias que vieram à tona. Nomeada por Temer no início de janeiro, Cristine Brasil não pode tomar posse no cargo por determinação judicial. O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a presidente, ministra Carmen Lúcia, manteve liminarmente a decisão.
Há mais de um mês ela sangra no noticiário. Cristiane Brasil também não se ajuda. O vídeo protagonizado por ela numa lancha ladeada de amigos sequer merece comentários. Completamente inapropriado. Ela imaginou mesmo que aquela cena, com homens sem camisa a bordo de uma lancha sensibilizaria o Judiciário? Apesar disso tudo, Temer, ainda de forma inexplicável, mantém a postura de dar o Ministério a ela. Fontes de Brasília comentam que, obviamente, a força política de Roberto Jeferson, tem sido decisiva para a manutenção da ideia. Mas tem mais coisa por trás disso, alerta um congressista.
Normalmente é assim mesmo. Os holofotes da imprensa se viram para quem está em evidência. E chegar a um ministério é uma vidraça gigantesca. Não faltam pedras. Mas estas só são lançadas quando lá está a luz do holofote. Em outras palavras: se o convite para assumir a pasta do Trabalho não fosse feito, Cristiane Brasil estaria vivendo no próprio mundinho e não saberíamos das ações trabalhistas e das demais suspeitas.
Imagine agora se este potente holofote se virasse para os detentores de mandatos eleitorais de todas as câmaras, assembleias e aos membros do Congresso Nacional? Se esta vigilância fosse contínua? Faltariam, sem dúvida, páginas dos jornais e tempo de televisão para noticiar a enxurrada de suspeitas. Possivelmente faltariam pedras para tantas vidraças.
O desgaste é tanto que Cristiane Brasil esta semana praticamente implorou para que a ministra Carmen Lúcia julgue logo o caso para tentar frear a devassa feita em sua vida. Quem acompanha tudo de perto é o deputado federal paranaense Alex Canziani (PTB) que figura como um das opções do partido caso Cristiane Brasil não possa ser nomeada. Com certeza será mais uma vidraça.

PSB reata ‘namoro’ com Osmar Dias
Veio de Brasília o OK da executiva nacional do PSB para retomar o namoro com Osmar Dias, pré-candidato ao governo do Estado. A relação esfriou e agora os caciques do partido no Paraná tiveram a autorização para abrir novamente as conversas. Mas com um detalhe: o PSB estará com o governador Beto Richa (PSDB) independente de qual for o caminho do tucano. Ou seja, será Richa que vai definir em que chapa o PSB vai ingressar. Quem costurou e conseguiu reatar o namoro foi o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, líder do governo na Assembléia Legislativa, que foi pessoalmente para tratar do assunto em Brasília. Lá teve o reforço dos deputados federais Luciano Ducci e Leopoldo Meyer. Agora resta saber da decisão de Osmar: va i para o PSB, ingressa no Podemos do irmão, senador Álvaro Dias, ou se mantém no PDT.