Os partidos de oposição anunciaram uma mobilização para impor controle nos gastos do governo com cartões corporativos, que cresceram 129% em 2007 ante o ano anterior. Estão em estudo a edição de um decreto legislativo que obrigue o governo a reduzir e dar transparência aos gastos, a convocação do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, para dar esclarecimentos ao Congresso e até mesmo um pedido ao Ministério Público (MP) de abertura de ação de improbidade administrativa contra os responsáveis pela gastança.


 


De janeiro a dezembro, a despesa somou R$ 75,6 milhões, 4,3 vezes mais do que em 2004, quando o governo Lula iniciou o uso dos cartões. “É um escândalo, uma verdadeira compulsão por gasto supérfluo”, criticou o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), co-autor da representação que levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a fazer uma devassa nos cartões corporativos em 2005.


 


O governo explicou que os maiores responsáveis pelo aumento de uso de cartão corporativo foram ações específicas como os censos agropecuário e populacional de pequenos e médios municípios realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de atividades da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por ocasião dos Jogos pan-americanos.


 


O vice-presidente do DEM, deputado José Carlos Aleluia (BA), propõe que o governo acabe com os cartões corporativos e adote o critério de reembolso de despesa, como ocorre na iniciativa privada. Cartão, a seu ver, cria facilidades que resultam em descontrole de gastos.