Casos emblemáticos, como da eleição passada nos Estados Unidos, em que a difusão das ‘fake news’ foi apontada como uma das causas da vitória de Donald Trump, não devem se repetir, segundo o especialista. O maior responsável pela eleição de Trump foi a motivação que ele colocou em seus eleitores e a falta de impolgação dos contrários. As pessoas não dão mais bola para comunidades que falam para si mesmos. Tem ‘mortadelas’, ‘coxinhas’, ‘bolsominios’ que discursam para seus pares. Isso não muda o posicionamento do outro, avalia o advogado Guilherme Gonçalves.

No entanto, o principal desafio, segundo ele, é lidar com plataformas que inviabilizam a identificação da origem. A ‘fake news’ anônima com uso de robos da Darkweb e Whatsapp tem dificuldado mesmo essas ações. Em tese, há mecanismo jurídico para isso. Mas quando a pessoa identificada o marco civil da internet já prevê punição. A ferramenta contra a ‘fake news’ sem origem é a baixa credibilidade mesmo, explica Gonçalves.
Para o advogado, o melhor mecanismo de repressão à ‘fake news’ é a mais ampla liberdade de expressão e de imprensa.