MARIANA CARNEIRO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Para ganhar eficiência e crescer mais, o Brasil tem de abrir sua economia à concorrência estrangeira, afirma o Banco Mundial.
Cálculo apresentado no relatório “Emprego e Crescimento: a agenda da produtividade”, divulgado nesta quarta-feira (7), mostra que o Brasil poderia tirar 6 milhões da pobreza com uma abertura coordenada com seus pares do Mercosul.
Se conseguisse distribuir os benefícios da abertura de maneira mais equilibrada a todas as regiões do Brasil, mais 3 milhões poderiam deixar a pobreza, cuja linha delimitada pelo Banco Mundial é US$ 5,50 por dia, a preços de 2011 pela paridade de poder de compra (que tenta capturar os efeitos das diferenças de custos entre os países desconsiderando oscilações cambiais).
Ainda que tenha gerado dificuldade em vários setores econômicos do país, a liberalização comercial dos anos 1990, feita no governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992), é citada como um exemplo de ganho para os mais pobres.
Na ocasião, o Brasil reduziu unilateralmente as tarifas de importação de uma média de 30% para 13%.
“O aumento dos rendimentos reais das famílias pobres foi o dobro do aumento dos rendimentos das famílias mais ricas”, afirma o texto.
Dessa vez, o país deveria reduzir as tarifas de importação em todos os membros do Mercosul em 50% para compras vindas de países de fora do bloco. Já os impostos de exportação seriam extintos.
Isso poderia elevar as exportações em 7,5% e as importações, em 6,6%. O PIB poderia crescer quase 1 ponto percentual a mais.