MARIANA CARNEIRO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O salário mínimo brasileiro se tornou um obstáculo à geração de empregos formais para jovens, de acordo com o Banco Mundial. De 2002 a 2016, segundo o banco, o salário mínimo subiu mais de 77% em termos reais (descontada a inflação).
A valorização colocou o piso brasileiro a 70% do salário mediano dos trabalhadores do setor privado, o que é considerado elevado. O percentual é superior ao da média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Segundo relatório apresentado nesta quarta-feira (7), em Brasília, há efeito adverso da valorização do piso sobre o emprego de jovens. 
“Como recém-chegados ao mercado de trabalho, as competências e a produtividade dos jovens são inferiores às dos trabalhadores mais experientes. Se todos os demais fatores permanecerem iguais, os trabalhadores mais jovens podem representar, para o empregador, maior risco a assumir.
“Além disso, o Banco Mundial salienta que, na hora de demitir, os mais jovens são os primeiros da fila.
Isso reduz a empregabilidade dos jovens.
Como remédio, o banco sugere alternativas já adotadas em alguns países.
Grécia e Nova Zelândia adotaram pisos diferenciados para os mais jovens. Outra recomendação é repensar a fórmula de valorização do mínimo, que vence em 2019.
Pelas regras atuais, o salário mínimo é corrigido pelo crescimento da economia de dois atrás mais a inflação. O resultado é que, mesmo em tempos de recessão, o salário é reajustado levando as empresas que precisam cortar custos a optar pela demissão.