SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A espanhola Carmen Jordá se manifestou nesta quarta-feira a respeito de suas declarações sobre a presença de mulheres na Fórmula 1. Na segunda-feira, após testar pela Fórmula E, Jordá foi questionada a respeito dificuldade que mulheres teriam para ingressar no grid da F-1.
Na resposta, a espanhola apontou a condição física como o principal obstáculo para conseguir uma vaga na categoria máxima do automobilismo mundial. “Não cabe a mim decidir o que é bom ou não para as mulheres no esporte. Mas, com a minha experiência, posso dizer que existe uma barreira por uma questão física na Fórmula 1 e Fórmula 2, ao contrário de outros campeonatos”, afirmou, em entrevista ao site ESPN F1.
A declaração repercutiu negativamente entre homens e mulheres do automobilismo. Por isso, nas redes sociais, Carmen Jordá procurou se justificar. Em comunicado, deixou claro que a questão física era um obstáculo pessoal, e não geral para as competidoras no esporte a motor. “Tendo experiência nos dois carros, eu dei minha opinião pessoal sobre pilotar um carro de Fórmula E, que seria um desafio físico menor que um da Fórmula 1 por conta do menor downforce”, disse Jordá, que foi além. “Eu também me referi à presença de uma questão física para as mulheres na Fórmula 1, algo que criou um considerável debate nos últimos dias inclusive por parte de muitas mulheres de destaque em nosso esporte. Eu gostaria de agradecer a meus companheiros pilotos por dividir suas opiniões e respeito muito todas as visões. Sinto muito se meus comentários pareceram falar por todas as mulheres e criaram toda a confusão, uma vez que eu me referia meramente à minha própria experiência pessoal”, acrescentou.
“Nunca pretendi desencorajar outras mulheres a competir no ápice de nosso esporte, ou dizer que elas fisicamente não podem. Meus comentários foram puramente uma resposta a uma questão direta: Você acha que a Fórmula E seria mais fácil para uma mulher?”, completou.
Ainda em seu comunicado, a espanhola se disse “comprometida a encorajar mais mulheres a se envolver em nosso esporte” e “a celebrar aquelas que estão alcançando grandes resultados”.
Por fim, Jordá parabenizou a colombiana Tatiana Calderón, anunciada pela Sauber como piloto de testes para a temporada 2018. “Espero que ela possa se tornar a primeira mulher em 41 anos a disputar uma corrida de Fórmula 1 e desejo a ela toda sorte na próxima temporada”, acrescentou, em referência à italiana Lella Lombari, última mulher na categoria, que correu entre 1974 e 1976.