Enquanto a venda de carros zero quilômetros dá sinais de retomada do crescimento e a comercialização de veículos seminovos e usados está em alta, outro importante segmento do setor automotivo está sangrando por causa da crise econômica. São as oficinas mecânicas, que nos últimos anos viram a demanda por serviços cair pela metade.
No Berko Centro Automotivo, por exemplo, Vitório Oto Bergamini, funcionário da empresa, aponta que antes da crise econômica se agravar a demanda era grande, com dias em que chegavam de 30 a 35 carros na oficina. Atualmente, num dia com bom movimento, entre 10 e 15 veículos dão entrada no local.
Falta dinheiro. Está todo mundo com o bolso vazio aí só fazem o básico do básico e deixa o resto para depois. Faz o essencial para o carro andar e pronto, explica Bergamini, revelando ainda que a queda na demanda de serviços também fez reduzir o número de funcionários – antes eram cinco mecânicos, hoje são apenas três.
A avaliação de Wilson Bill, proprietário da Auto Mecânica Bill e presidente do Sindicato das Empresas de Reparação e Veículos do Paraná (Sindirepa-PR), é parecida. A grande dificuldade é o poder aquisitivo. Comprar carro é fácil, difícil é manter. Falta responsabilidade ao consumidor, ter consciência de que precisa fazer a manutenção preventiva. Hoje, mais da metade só tem feito manutenção corretiva porque não tem dinheiro.