Um dia depois da chuvarada que atingiu seriamente Curitiba e cidades vizinhas, esta quinta-feira (15) foi dia de contar prejuízos e fazer a limpeza na cidade. Só a Prefeitura de Curitiba colocou cerca de 1.100 pessoas nas ruas para trabalherem em dezenas de frentes para desobstruir bueiros, limpar margens de cursos d’água, limpar escolas e equipamentos públicos e recolher o lixo trazido pelas águas. Estima-se que foram mais de 60 toneladas de lixo recolhido.

Mas, a população atingida também passou o dia limpando ou tentando recuperar mobiliários em casa. Foi muito rápido, só deu tempo de pegar o cachorro e sair da casa , disse Paulo Prado, morador do Abranches, e que teve a casa atingida pelo temporal. Uma parede acabou derrubada pela força das águas. Outras 1.500 casas também foram atingidas pelo vendaval, segundo balanço da Defesa Civil.

Também foi um dia de muito trabalho em oficinas mecânicas. Em Curitiba, algumas delas registrou movimento três vezes maior que outros dias, ontem. É que durante o temporal, muitos veículos acabaram quase cobertos pela água. Limpeza, higienização ou até mesmo serviços mecânicos foram necessários. Nos casos mais graves, os carros precisam ter todo o feltro que reveste e faz o acabamento da lataria trocado , conta a propreitária da oficina TKM Auto Center, Mari Kanson.

Alerta
Nesta quinta, Curitiba também teve registro de chuva mais forte, porém sem a intensidade da quarta-feira. Mesmo assim, segundo a Prefeitura de Curitiba, ocorreram a queda de cinco árvores — duas na Vila Isabel, uma no Uberaba, uma no Batel e outra no Jardim Botânico. Foram registradas pancadas rápidas de chuva e ventos de pouco menos de 50 km/h.

Mas, por enquanto ainda não dá para ficar muito tranquilo. Para hoje e os próximos dias ainda há chances de formação de sistemas que provoquem pancadas de chuva, acompanhadas de raios e trovoadas. O risco de temporais é maior para o interior do Estado, mas Curitiba pode ter novos eventos severos entre hoje e os primeiros dias da próxima semana, até o final do verão.

Fim de verão tem dois eventos severos seguidos
O temporal de quarta-feira foi o segundo que atingiu Curitiba de maniera mais violenta num prazo de apenas 11 dias. No dia 3 de março, uma forte chvua já havia provocado danos em bairros da região Sul da Capital e no Parolin. Cerca de 1.500 famílias foram atingidas naquele dia, e chegaram a ficar desalojadas. Muitas perderam tudo.

Já no temporal desta semana, a Fundação de Ação Social (FAS) fez a distribuição de colchões, cobertas e cestas básicas para famílias que foram afetadas peloa tempestade em diversos bairros da Capital. O trabalho começou ainda na noite de quarta-feira e foi expandido na quinta.

Apesar de algumas famílias terem sido desalojadas pelas fortes chuvas, a FAS não precisou abrir abrigos, já que todas decidiram ficar na casa de parentes e amigos.

Como situações de emergência costumam sensibilizar a população, a FAS orienta que doações devem ser encaminhadas diretamente ao Disque Solidariedade, que fica na sede da FAS, na Rua Eduardo Sprada, 4520, ou aos Núcleos da FAS, localizados nas Ruas da Cidadania.

Outono
As ocorrências do tipo destes dois últimos casos não deixam de ser esperadas, já que o verão é o período mais chuvoso do ano. E as altas temperaturas aliadas às entradas de sistemas de alta pressão provocam as chamadas chuvas de verão com pancadas de fim de tarde. O verão, contudo, já esta no fim. Na terça-feira, às 13h15, começa oficialmente o outono.

A previsão para a estação deste ano mostra que ainda podem ocorrer eventos severos no Paraná, pelo menos durante o mês de abril, além da gradual queda das temperaturas.