SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O “ministro da Comunicação” do Vaticano, monsenhor Dario Viganò, deixou seu cargo nesta quarta (21), após ser acusado pela imprensa de manipular uma carta de Bento 16 sobre o papa Francisco.
O escândalo debilita a boa relação entre os papas e revela indisposições internas. Informações de bastidores davam conta de que Francisco pediu a Viganò que renunciasse.
A controvérsia explodiu na semana passada, depois da divulgação de uma carta de Bento 16. Nela, ele se recusava a escrever um prólogo da série de livretos de Francisco publicados por ocasião do quinto aniversário de seu pontificado.
Os primeiros parágrafos da carta, na qual Bento 16 defende a formação teológica do papa argentino, foram divulgados há quatro dias pelo Vaticano por meio de uma foto digital.
No entanto, os meios de comunicação observaram que vários parágrafos haviam sido omitidos, entre eles um em que o pontífice emérito se nega por razões de “saúde e de tempo” a escrever um prólogo.
Poucos dias depois, surgiu outro parágrafo importante, no qual Bento 16 explica que não aceita escrever a apresentação devido ao fato de que, entre os autores dos 11 livretos, figuram teólogos alemães -em particular, Peter Hünermann, crítico implacável de João Paulo 2º e de Joseph Ratzinger como teólogo e como papa.
O departamento de imprensa do Vaticano reconheceu a omissão dos parágrafos, que justificou como um gesto de “discrição e não de censura”.