“Ney Braga – política e modernidade”, perfil biográfico do ex-governador paranaense escrito pelo jornalista Vanderlei Rebelo publicado quatro anos atrás, será relançado na próxima segunda-feira, às 13h30, na Assembléia Legislativa, em edição do Senado Federal de iniciativa do senador Álvaro Dias, autor do prefácio.
Mais perfil político que obra biográfica, o livro aborda meticulosamente a trajetória de Ney Braga desde seu ingresso na antiga Escola Militar do Realengo, em 1935 – ano em que o paranaense da Lapa testemunhou a célebre “Intentona Comunista” , até sua gestão na usina hidrelétrica de Itaipu (1985/1990).
Duas vezes governador do Estado – pelo voto popular na primeira vez (1960) e imposto pelo regime militar na segunda (1978) –, Ney fez um percurso que se confunde com a história política paranaense na segunda metade do século 20.
Seu primeiro governo (61/65) é apontado por historiadores e sociólogos como marco de modernização administrativa em dois aspectos: a integração física do Estado com a rodovia do Café, pondo fim ao distanciamento que havia, até então, entre o Norte cafeeiro (ligado a São Paulo) e o Sul tradicionalista, e o primeiro impulso de industrialização, com uma política fiscal de atração de empresas.
Ney Braga apoiou o golpe militar de 64 e passou a ser o principal nome do regime no Estado – a despeito de um intervalo entre 1967 e 1974, em que amargou um ostracismo enquanto as facções “anticastelistas” detinham o poder, que ele reassumiu, no Paraná, com a posse de Ernesto Geisel na presidência da República, em 74.
Foi o primeiro prefeito de Curitiba eleito pelo voto popular, em 1954, deputado federal, duas vezes governador e ministro em dois governos (da Agricultura, com Castelo Branco, e da Educação, com Geisel).