Cosméticos livres da crueldade animal já estão à venda em Porto Alegre

Hoje aproveito para divulgar no Blog mais uma excelente iniciativa da capital gaúcha. As informações são da Secretaria Especial de Direitos dos Animais.

Desde dezembro passado, Porto Alegre conta com uma pequena loja de cosméticos e um grande diferencial: comercializa produtos de cinco marcas que não utilizam animais em testes, entre elas a Viemed, única gaúcha no mercado. As outras são as francesas Elancyl e Avéne, a suíça Weleda e a norteamericana Perricone. No Brasil, empresas como Abelha Rainha, ADCOS, Boticário, Eh Cosméticos e Surya Brasil também são livres da crueldade.

A Pretty Store (no bairro Moinhos de Vento) foi ideia dos sócios Marta Dueñas e Marcus Birnfeld, conscientes da dificuldade de incutir na mente humana a opção de utilizar produtos sem animais como cobaias ou em forma substância química. “Nos mantemos firmes no propósito de destacar produtos livres da crueldade, bem como temos experimentado construir uma ideia de que saúde e beleza não podem ser perseguidas sem visão holística”, afirma Marta.

Nessa entrevista à SEDA, Marta Dueñas fala dos desafios de encarar um mercado tão concorrido com ideais inovadores de preservação do meio ambiente e dos seres vivos.

SEDA – A Pretty Store tem uma gama de produtos, inclusive que contêm substâncias animais.

Marta Dueñas – Nossa loja não é exclusiva de produtos livres da crueldade, primeiro, porque não existem muitas empresas no Brasil, segundo, porque a importação é complicada e o registro na ANVISA mais ainda. Temos um mix mínimo que vêm aumentando aos poucos, pois acredito que precisamos discutir com a sociedade o quanto custa à vida, o quanto custa ao meio ambiente e o quanto a beleza tem um lado feio ao utilizar produtos com princípios ativos extraídos de animais.

SEDA – Produtos sem utilização de animais é mais caro?

Marta Dueñas – Não, o problema é a falta de oferta. Temos produtos de vários preços e marcas não tão conhecidas de origem vegana e com valores éticos. Desde o início, quisemos muito ser uma loja com esta vocação, mas não conseguimos, principalmente, pela dificuldade de ter uma certificação confiável no Brasil. Tem muitos produtos à disposição que usam substâncias animais e exibem o selo verde, por exemplo. 

SEDA – De quê forma tens abordado as clientes para alertar sobre produtos livres da crueldade animal?

Marta Dueñas – É difícil abordar essa questão, mas elas descobrem que têm opções e podem fazer escolhas inteligentes. Nesse período tivemos apenas duas clientes que buscaram suplementações que não contém substâncias de origem animal. Isso ainda é minoria, porém, o diálogo tem permitido novas experiências e trocas por produtos livre de crueldade. É apenas um começo.

Eu acredito em um modelo misto de produtos para que o público que, tradicionalmente, não procuraria uma loja voltada a produtos veganos, possa encontrar boas surpresas. Assim, o cliente que nunca pensou neste tema pode, com informação, optar por marcas cujo processo produtivo seja ético. Se fosse uma loja estilo hippie, talvez eu não estivesse ajudando a ampliar o público e a promover a tomada de consciência. Respeito quem não abre mão de determinados produtos, mas posso oferecer e mostrar excelentes opções.

Fonte: SEDA/PMPA