O número insuficiente de peritos na policia científica deve atrasar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a origem de escutas telefônicas na Assembléia Legislativa. A comissão pretende ouvir o diretor do Instituto de Criminalística, Carlos Lima, na próxima quarta-feira.

Com um contingente de apenas 173 peritos, a polícia científica ainda não estabeleceu um prazo para a entrega de um relatório sobre o material aprendido nas dependências do Legislativo no início do mês de fevereiro. Os técnicos do Instituto de Criminalista já iniciaram a análise do aparelho utilizado supostamente para a escuta telefônica na presidência e primeira secretaria da Casa.

Embora sem uma conclusão a respeito da finalidade do equipamento, os deputados convidaram Lima para participar da reunião da comissão na próxima semana. Segundo o relator da CPI, deputado Mauro Moraes (PSDB), mesmo sem uma avaliação mais precisa sobre o material apreendido, a Casa pretende ouvir do convidado informações sobre como a avaliação do aparelho será conduzida e de que forma o Legislativo pode ajudar no processo. “Sabemos das dificuldades da policia científica, mas precisamos ouvir profissionais experientes para estabelecer uma direção para a CPI”, afirmou. Além do diretor do Instituto de Criminalística, a comissão convidou o sócio e representante da Embrasil, Jéferson Nazário. A empresa foi responsável pela descoberta do aparelho.

Moraes lamentou a defasagem do contingente de peritos e seu efeito sobre a demanda em todo o estado. A CPI possui 120 dias prorrogáveis para apresentar um relatório a respeito da investigação, por isso a pressa em conhecer o resultado da perícia conduzida pela policia científica. “Vamos correr contra o tempo, mas também temos consciência de que as prioridades não podem ser ignoradas”, comentou. O contingente disponível é responsável pela produção de prova material de crimes que envolvem crianças e adolescentes, réus presos em flagrantes, entre outros.