Depois de encarar Alvaro Dias (PSDB), ontem foi a vez de Aécio Neves (PSDB/MG) conhecer o poder de fogo da senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT), que vem assumindo a linha de frente da defesa do governo Dilma Rousseff no Senado. Gleisi foi uma das principais lideranças governistas a contrapor ontem o discurso de Aécio, apontado como uma espécie de “roteiro” para a atuação a oposição no Congresso.

Gleisi Hoffmann qualificou como “elegante” o discurso de Aécio e elogiou a iniciativa de reconhecer as realizações de governos anteriores. Ela disse não ter problemas em reconhecer avanços do governo de Fernando Henrique Cardoso, como a continuidade do Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas afirmou que “nem tudo são flores” e que algumas questões, como a das privatizações, não foram contempladas no discurso.

“Foi uma transferência do patrimônio público para o patrimônio privado financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (Econômico e) Social. Também não se colocou a forma escandalosa como nós tivemos a aprovação da reeleição no Congresso Nacional, mudando as regras no jogo no momento em que o jogo estava se dando”, afirmou.

A petista argumento que o governo Lula utilizou a estabilidade conquistada em governos anteriores para promover a inclusão social. “Foi muito diferente a condução do presidente Lula no enfrentamento a uma das maiores crises internacionais da que nós tivemos com o governo do PSDB. Naquele momento, o governo do PSDB aumentava juros, restringia crédito e diminuía investimentos públicos. Com o governo Lula, foi uma política anti-cíclica”, lembrou.

Na semana passada, Gleisi já havia protagonizado um rumoroso confronto com Alvaro Dias, quando o líder tucano acusou o governo Dilma de promover barganhas no “varejo” do Congresso para conseguir aprovar seus projetos.