A senadora Gleisi Hoffmann aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff e será a nova ministra-chefe da Casa Civil, assumindo o lugar de Antonio Palocci, que entregou o cargo nesta terça-feira (7).

Gleisi é mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que era um dos cotados para assumir o cargo. Dilma se reuniu no fim de semana com candidatos à vaga de Palocci. Conversou com Bernardo, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e com o próprio Palocci. A definição por Gleisi só saiu depois de uma conversa com esses dois ministros, segundo uma fonte ligada a Dilma.

O ministro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, entregou na tarde desta terça-feira (7) carta à presidenta Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do governo. Ele deixa o cargo quase um mês após a publicação de uma reportagem pelo jornal Folha de S.Paulo que denunciou o aumento de seu patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010, período em que exerceu mandato de deputado federal e coordenou a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

Na nota, o ministro diz que “considera que a robusta manifestação do procurador-geral da República [Roberto Gurgel] confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta”. Porém, o ministro ainda afirma que “considera que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento”.

Histórico — Gleisi tem 45 anos e é formada em Direito na Faculdade de Direito de Curitiba, com especialização em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira. Mulher do ministro das Comunicações Paulo Bernardo (PT), tem dois filhos.  Faz parte do PT desde 1989, foi secretária de Estado no Mato Grosso do Sul na gestão de Zeca do PT e secretária de Gestão Pública da prefeitura de Londrina. Compôs, em 2002, a equipe de transição de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, onde seria nomeada a diretora financeira da Itaipu Binacional. Ali permaneceu até início de 2006, ano em que disputaria seu primeiro cargo eletivo. Na disputa por uma vaga ao Senado Federal não obteve êxito apesar de expressiva votação. Foi presidente do PT no Paraná e, em 2008, disputou a prefeitura de Curitiba, ficando em segundo lugar  com 18,17% do votos. No ano passado, disputou novamente o cargo de senadora, elegendo-se desta vez como a mais votada.

Atualizada às 19h03