Foto de Zig Koch

Foto de Zig Koch

De acordo com a lei, todos os proprietários de terras no Brasil precisam respeitar o Código Florestal, além de outras restrições de uso do solo rural. Porém, há proprietários que não se limitam a obedecer estas normas, ultrapassam a linha do dever e ampliam as iniciativas de conservação da natureza, tornando suas áreas protegidas. É sobre esses casos que trata o livro “Patrimônio Natural Privado no Brasil”.

A publicação em forma de livro de arte, organizada por João Meirelles Filho e Clóvis Borges, divide-se por biomas e divulga exemplos de iniciativas privadas de destaque, sobre propriedades que foram transformadas em reservas legais ou Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), a mais alta categoria de área protegida privada, pois garante proteção do local para sempre.

Ao reunir o conhecimento de sete especialistas em ciências naturais e sustentabilidade, o livro mostra o crescente papel das iniciativas privadas – sejam individuais, familiares, empresariais ou de organizações sem fins lucrativos – na conservação do patrimônio natural brasileiro por meio de 126 imagens e mapas, além de levantar questões importantes sobre o tema. Em sintonia com a temática, estarão expostas no Solar do Rosário, desde o lançamento até o dia 10 de outubro, pinturas de artistas paranaenses que retratam a paisagem natural.

A exposição privilegia os pintores que tiveram ou têm por inspiração temas relacionados à natureza das paisagens típicas do Paraná, como Álvaro Borges Jr, Cristina Strapação, Fernando Calderari, Fernando Ikoma, João Osório, Leon Bosko, Maria Angela Tassi, Marilene Zanchet, Paulo Gambus e Rogério Dias. A mostra também contempla uma homenagem especial para artistas falecidos e que fazem parte da história da arte do Paraná, como Alvaro Borges, Ricardo Krieger, Sofia Dimynski e Vivian Vidal.

A publicação do livro foi viabilizada por financiamento de grupo (group founding), com apoio do Instituto Peabiru, editora Metalivros e Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). A iniciativa surgiu a partir do desejo de um desses proprietários conscientes da necessidade da conservação de áreas naturais, Dieter Brephol, diretor da Lapinha SPA. O interesse inicial de produzir um livro sobre sua reserva, batizada de Mata das Imbuias por conter exemplares seculares desta árvore, se transformou em uma publicação que abrange não só ela, mas exemplos de terras preservadas em todos os biomas do Brasil.

No lançamento, foi apresentado o recital de piano “Villa-Lobos e a natureza do Brasil”, pela pianista Salete Chiamulera, doutora em música pela UFRGS e única representante brasileira no 11º Concurso Chopin, em 1985. Na ocasião, também houve sessão de autógrafos com o organizador Clóvis Borges.