A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que cria regras para a guarda de cães após o divórcio. Para virar lei a proposta ainda aguarda a votação na CCJ, Câmara e Senado. A lei, se aprovada, vai definir o destino dos cães no caso de separação, principalmente, nos casos de divórcio litigioso. Leia reportagem
A tal guarda compartilhada é uma rotina na vida da Bebel, uma poodle curitibana de quase quatro anos de idade. Desde os dois, ela divide seu tempo entre dois endereços. Caso contrário, ficaria pelo menos dez horas em casa sozinha durante a semana. Neste caso, a decisão pela “guarda compartilhada” foi tomada para atender as necessidades do animal. O que seria melhor para ela e não o que seria melhor para o casal separado. Outro fator importante na decisão foi não privá-la de conviver com quem já estava acostumada. Sabe, né. Cachorro sente saudades!
Hoje foi o dia de ir para a sua segunda casa. Bebel logo cedo já fica deitada em direção à porta. E no comando vamos, ela já desperta. Ao chegar na esquina do endereço de desembarque ela fica alerta. Basta estacionar o carro e ela sempre começa a latir como se chamasse alguém para resgatá-la. Pronto, seu tutor aparece e pela janela do carro ela salta para os seus braços. Quem vê a cena com certeza acreditaria no que estou dizendo. Os cães sentem saudades.
Em sua segunda residência, ela tem o que não teria na casa de sua “mãe”. Companhia quase durante todo o dia. Longos passeios diários, muitos próximos à linha do trem, onde o mata impera, direito a cheirar o que quiser, além de muito carinho. E digamos assim, uma vida de cachorro mesmo. Sem muitas frescuras. Algo, muitas vezes, que não combina com os laços vermelhos e o tipo cachorro de madame, logo após a saída do pet shop.
À residência oficial cabem os finais de semana e feriados. O retorno na sexta-feira também tem o mesmo barulho da hora da chegada. A barulhada começa ao avistar a mãe. Estava com saudades, claro. Isto tudo mesmo sabendo que vai ter banho, que ela detesta. E também muitos biscoitos. É chegar e ir para a cozinha onde fica o pote com os petiscos.
Uma tranquilidade é saber que a bichinha tem duas casas, na ausência de qualquer um dos dois tutores, seja por qual motivo for, ela terá sempre um lar e uma família à sua espera.
Ex-casais equilibrados não precisam acionar a Justiça para definir este tipo de questão. A Bebel é testemunha.