
Na luta por espaço na música brasileira, ele investe em falar de amor para se destacar. ‘Te Prometo’ está em todas as plataformas digitais.
Com pelo menos 7 anos na música, Cris Romagna se une agora aos nomes da nova MPB. E é dessa forma que o cantor gaúcho chega nesta quinta-feira (10), trazendo música nova para continuar na busca por espaço. ‘Te Prometo’ é o penúltimo single de uma jornada de lançamentos que começou ainda no ano passado.
A música fala sobre o amor na beleza da impermanência, em uma balada intimista e leve, que convida a imaginação a pintar cenas e cores. Produzida por Túlio Airold (que já produziu Outro Eu, por exemplo), a música traz a poesia e a sensibilidade daquelas promessas que sempre fazemos. Principalmente a de amor eterno.
“A primeira palavra da música é ‘cruzei os dedos’, então toda a música é partindo das promessas que a gente faz. Abrindo os argumentos, a música fala de promessas que, em casos amorosos, são verdadeiras, porque naquele momento a gente está prometendo”, comenta o cantor.
Apesar de afirmar que esse é o seu melhor trabalho, Cris Romagna confessa que não foi tão simples escrever sobre o tema. “Tive uma dificuldade enorme de desenvolver essa ideia, porque promessas são sempre uma verdade, mas que podem não se cumprir, né? Por isso, a letra diz ‘do eterno sim, até que não’. Quis trazer alguns pontos de reflexão e deixar cada um tirar suas conclusões”, explica.
Entre suas promessas não cumpridas, Cris destaca a frustração de ficar sem algo que gosta muito, o café. “Propus ficar sem por uma semana, e definitivamente não deu certo”. Já entre as promessas cumpridas, o cantor traz uma ligada à fé. “Tive um problema na voz e prometi que iria até uma gruta de Nossa Senhora de Lourdes a pé se tudo desse certo. Deu certo. Foi tão bom o pedido que resolvi ir a pé descalço”.
Do som gaúcho à MPB
Com dois álbuns já lançados, Cris Romagna tem inspirações bem mistas quando o assunto é influência. Natural de Garibaldi, no Rio Grande do Sul, cresceu ouvindo sertanejo e música gaúcha, começou a tocar violão ainda criança e fez parte até de banda baile. Tudo isso se uniu ao gosto musical pelo som de artistas brasileiros, como Engenheiros do Havai e Skank, e também de uma galera internacional como The Doors e Nirvana.
“No baile a gente tinha que tirar um repertório de muitas músicas, não tinha tempo de não gostar. Eu ouvia muito e aprendia ouvindo aquelas músicas. Aprendi a não ter preconceito musical”.
Em suas músicas, Cris Romagna busca sempre contar histórias de amor. Ao Bem Paraná, ele disse que a leveza das músicas talvez seja um diferencial em meio ao caos em que estamos vivendo.
“Acho que é quase que uma utopia falar de amor em meio a tudo isso que a gente está vivendo. Tem um princípio meu que penso da arte é de que tenho vontade de levar beleza para as pessoas. Sei o quanto a música tem esse poder e é muito bonito ver isso”.
Busca por espaço
É também com amor o jeito que o cantor busca por seu espaço em meu ao mundo da música. Mesmo com anos já na estrada, Cris Romagna, que é considerado como uma ‘promessa’ entre as novas vozes da MPB, sabe que tudo tem seu tempo e não adianta tentar apressar as coisas.
“A dificuldade, para mim, tem sido chegar e ser ouvido por mais pessoas. Sei que tem lugar para a minha música, mas a gente tem muita oferta e cifras gigantes por parte de artistas que têm dinheiro e acabamos não chegando. Entendo que, quando eu chego, as pessoas gostam e querem show. Quebrar essa bolha tem sido um desafio”.
Entre as cidades que mais ouvem o som do músico gaúcho está Curitiba. Cris, que já teve familiares que moravam na capital paranaense, comenta que teve pouca relação com a cidade e que esse público veio naturalmente.
“É orgânico mesmo. Nunca fiz show em Curitiba, é a ideia. Principalmente vendo as cidades que ouvem meu trabalho”.
Além da turbulência
Após o single desta quinta-feira, uma nova música vem em março. Cris Romagna alerta que o projeto como um todo, que vai se chamar ‘Tempo’, tem a ideia de fazer com que as pessoas usem a arte para buscarem em si uma reflexão.
“Está tão turbulento que a música, com certeza, pode nos ajudar. É para a gente começar a dar um pouco mais de atenção para si, para o próprio espaço, para estarmos bem com a gente mesmo”.