Hoje em dia está cada vez mais difícil manter uma alimentação balanceada e saudável, e por mais que tentemos reservar algum tempo para cozinhar e entrar em contato real com a comida, a correria do dia a dia não nos permite, e acabamos nos rendendo a algum tipo de “junk food”. Porém, em meio ao estresse e a correria da cidade grande ainda existem pessoas que tentam levar hábitos de vida mais saudáveis e balanceados, abdicando de alguns alimentos que podem fazer mal a si mesmas e ao planeta.
Este é o caso dos chamados vegetarianos, que optam por não consumirem carne por razoes de saúde, e/ou não compactuarem com a exploração de qualquer espécie animal para alimentação humana, porém os vegetarianos ainda consomem derivados de animais como ovos, leite, mel, couro, e por aí vai abrindo novas categorias de vegetarianos que não consomem certos derivados como os ovovegetarianos e os ovolactovegetarianos.
E existem aqueles que por razões filosóficas e pessoais resolvem abrir mão e abdicar de consumir todo e qualquer tipo de produto que seja derivado de algum animal, chegando a boicotar empresas que utilizam animais para realizar testes em seus produtos. Este é o caso do veganismo.
Ainda que pensemos que o veganismo seja a fronteira final ainda existe uma última possibilidade que vem ganhando adeptos nos últimos anos, e parte de filosofia de vida, para o total boicote a todos os produtos produzidos e vendidos em lojas, mercados, feirinhas e pela internet: O Freeganismo.
O tal do Freeganismo, surge como uma luz na escuridão dos dias modernos, onde a taxa de alimentos desperdiçados é mais alta do que nunca, onde o consumismo desenfreado produz pilhas e mais pilhas de lixo que podem ser reaproveitados, porem nunca o serão e onde pessoas passam fome e sequer podem entrar em mercados para comer algo que lhe mate a fome.
O Freeganismo vem com uma filosofia de completo e total boicote a todo e qualquer espécie de produto que seja comercializado, seja ele de origem animal ou vegetal, pois seus adeptos acreditam que quanto mais o ser humano produz, mais ele agride e desgasta o meio ambiente, destruindo o único lar que conhecemos. Seus adeptos, chamados de “freegans”, não compram nada que seja trocado por dinheiro ou que envolva o mesmo, ao invés disso eles adotam o consumo consciente, procurando no lixo tudo o que venha a ser útil para sua sobrevivência, desde alimentos encontrados em fins de feira, que são selecionados e reutilizados, até roupar obtidas por meio de doações.
O total desapego a cultura atual do consumismo desenfreado, faz com que os freegans adotem o hábito de não trabalhar, o que lhes dá mais tempo livre para garimpar e procurar no “lixo” do outro o seu sustento de hoje. Além de ser uma pratica que ajuda o meio ambiente, o Freeganismo ajuda a mente de seus adeptos, pois quando os desconectamos do mundo agitado, nos conectamos com o nosso mundo interior, que tem seu próprio ritmo e frequência.
Já em determinados países em desenvolvimento, onde parte do lixo é descartado em recipientes menores, os freegans frequentam feiras livres, depósitos de supermercados e centros de distribuição para pegar alimentos que seriam desperdiçados ainda em condições de consumo.
Esta reportagem foi escrita pelo estudante de História pela PUCPR, Bruno Matteus, colaborador do Barulho Curitiba.