
A sessão de hoje da Câmara Municipal de Curitiba foi marcada pela repercussão da vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais. Doze dos 38 vereadores da Casa comentaram o resultado da disputa. Enquanto os apoiadores de Lula comemoraram a terceira eleição do petista para o cargo máximo do País, aliados do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) lamentaram, mas procuraram desejar sucesso ao eleito.
As falas mais efusivas foram feitas pela Professora Josete (PT) e por Dalton Borba (PDT). “A democracia venceu o fascismo. A democracia venceu e essa sempre foi a nossa luta, por um país justo e democrático. Teremos um governo, a partir de janeiro de 2023, de respeito a todos e todas, e acima de tudo de esperança. Povos originários serão respeitados, quilombolas, negros e negras serão respeitados, comunidade LGBTI será respeitada, o povo pobre será respeitado. Lula disse que vai governar para os 215 milhões de brasileiros”, disse Josete.
“Quero manifestar a minha alegria pela democracia, que se consolidou nesse país”, disse Dalton Borba. Ele avaliou que “a campanha do presidente Bolsonaro foi marcada pela mentira, com a ajuda da sua milícia digital”. O vereador não economizou adjetivos contrários ao candidato derrotado, inclusive chamando de “estratégia porca” as operações da Polícia Rodoviária Federal na região Nordeste. “Eu não sou coveiro, mas tenho muito orgulho de ter ajudado a sepultar o fascismo. Todos sabemos que o Centrão, hoje debaixo da saia de Bolsonaro, vai correr para Lula. E qualquer que seja o resultado, qualquer coisa é melhor que Jair Bolsonaro”, concluiu.
“Esperamos que Lula cumpra o que disse, que faça a conciliação e governe para todos os brasileiros. Continuaremos em vigília pelo Brasil”, afirmou Mauro Ignácio (União). “Parabéns aos vereadores do PT. A democracia falou. Se o Lula venceu, que cumpra um bom papel”, disse Sidnei Toaldo (Patriota). “Quem venceu foi a democracia, acima de tudo”, comentou Jornalista Márcio Barros (PSD). “Espero que a gente tenha paz a partir de hoje, que a gente consiga eliminar arestas criadas por discussão política”, concordou Herivelto Oliveira (Cidadania).
Oração
Em tom contemporizador, Ezequias Barros (PMB) disse que “não é um dia fácil”, alegando seguir preocupado com a liberdade religiosa em um terceiro mandato de Lula, mas que ontem à noite, após a derrota de Bolsonaro, rezou pelo próximo presidente. “Peguei as mãos da minha esposa e oramos pelo presidente Lula. Jamais irei orar contra, pois é orar contra um país. Nós, evangélicos, queremos um país próspero”, contou o parlamentar. Abordando a derrota, Barros cobrou colegas de plenário. “Muitos vereadores que votaram no Bolsonaro não tiveram coragem de vir aqui e falar de que lado estavam. Eu tive”, afirmou.
“Quero parabenizar pelas eleições e acredito eu que o Brasil, que juntos, nós possamos trabalhar para que nossa nação recupere o tempo perdido”, comentou Osias Moraes (Republicanos). “Meu partido será independente. O Republicanos já se posicionou dizendo que vai colaborar com o Brasil, trilhando o caminho da independência. Vamos ter um Congresso mais conservador e uma oposição ferrenha a determinados temas, principalmente ideológicos. Lula vai ter que se reinventar, pois algumas pautas ideológicas não andarão, porque o povo não quer e não aceita. Concordo quando ele fala em justiça social, pois o país precisa olhar para as pessoas que não são vistas pela sociedade”, defendeu o parlamentar.
A defesa mais aguerrida do governo Bolsonaro foi feita, em plenário, por Eder Borges (PP), que o chamou de “o melhor presidente que o país já teve”. “Democracia, do grego, significa governo do povo. No nosso caso, está mais para ‘demo’ de ‘demônio’. Venho saudar todos os corruptos do Mensalão, do Petrolão. Venho saudar os invasores de igreja, os fumadores de ervinha, que estão em festa. Parabéns, Renato. Agora vocês terão o país que vocês querem, de impunidade e corrupção”, disse o parlamentar. “Que Deus tenha piedade do Brasil”, concluiu, dizendo que agora há “a missão de defender a liberdade, que está terrivelmente ameaçada”, alegou.