
Uma das datas mais esperadas pelo varejo e por quem ama fazer compras está se aproximando – a Black Friday – que vem ganhando força a cada ano no Brasil. E é neste momento que os consumidores estão expostos a muitos ‘descontos imperdíveis’ e ações comerciais que podem aguçar ainda mais a compulsão por compras, o que contribui para elevar ainda mais os índices endividamento e inadimplência. Por isso, Rebeca Toyama, especialista em comportamento e tendências, traz 5 dicas para os consumidores não caírem nas tentações, manterem o consumo consciente a fim de fugir dos indicadores que assombram muitas famílias e comprometem a saúde mental.
Mesmo com a injeção de recursos no mercado ocorrida durante a campanha eleitoral, a inadimplência continua elevada. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a inadimplência alcançou um novo recorde em outubro com 30,3% ante setembro com 30%, portanto, esse é o quarto mês seguido de avanços..
De acordo com a especialista em comportamento, Rebeca Toyama, ainda existe uma grande preocupação, principalmente, quando se observa os indicadores de intenção de compra para os próximos meses que estão alcançando 97% dos consumidores, e as promoções da Black Friday que intensificam essa alta, de acordo com um levantamento feito pelo NielsenIQ|Ebit.
Para a Toyama, mesmo diante de uma melhora gradual nos índices de empregabilidade e com as contratações temporárias que auxiliam os brasileiros, esse é um momento de cautela e de se aproximar do consumo consciente e da sustentabilidade.
“A Black Friday acaba atuando como uma vilã do consumo consciente e estimulando o distúrbio de compulsão por compras que impacta não apenas a saúde financeira, mas também a saúde mental e emocional, portanto, é necessário ter cautela e entender o que realmente é necessidade de compra”, alerta Rebeca Toyama, especialista em comportamento e tendências.
Necessidade ou impulso?
Rebeca ainda ressalta que o ser humano lida com o dinheiro muito mais com o coração do que com a cabeça, portanto, as pessoas compram sem analisar, e é isso que compromete o orçamento doméstico e as distancia de práticas de consumo sustentável.
Para diferenciar o que é uma compra necessária de uma compra por impulso, Rebeca Toyama, sugere fazer uma lista de desejos e prioridades antecipada, além de planejar e definir os gastos antes de aproveitar as oportunidades que a data oferece, tudo para não ficar no vermelho.
Também vale ressaltar que um fator de alerta para saber se há uma compra por impulso é observar os motivos que resultam na ida às compras: frustração, busca por felicidade, estresse ou até mesmo a ansiedade. Os distúrbios são padrões persistentes e previsíveis, para o compulsivo não há limite e a compra nunca é suficiente. Mas vale lembrar que a compulsão deve ser tratada como um distúrbio podendo causar desconforto psicológico, inquietação e até sintomas de depressão.
Por que precisamos nos aproximar da temática de consumo consciente e sustentabilidade?
É principalmente em datas comemorativas que oferecem uma grande oportunidade de compra que precisamos nos atentar. O consumo consciente, tão comentado nos últimos anos, significa trazer para o dia a dia hábitos mais saudáveis e se atentar em cada etapa do processo de produção daquele item que deseja comprar, vale ainda dizer que o maior objetivo é causar o menor impacto negativo no ambiente e prezar pela qualidade de vida das pessoas.
“Todos precisamos nos sensibilizar com essa causa e pensar no futuro do planeta. Por isso, é essencial adquirirmos em nossas vidas práticas de consumo consciente, não se trata de não comprar, mas saber escolher o que e quando comprar para não comprometermos nossa saúde financeira ou psicológica. Esse é o melhor caminho, tanto para o bolso como para um mundo sustentável.”, finaliza Rebeca.
Rebeca Toyama, especialista em comportamento e tendências, trouxe 5 dicas para os consumidores não caírem nas tentações da Black Friday e manterem o consumo consciente:
Faça uma lista do que você gostaria de comprar na Black Friday e pesquise os preços com antecedência, não apenas para comparar e não cair nas armadilhas promocionais, mas principalmente, para saber se os gastos cabem em seu orçamento;
Antes de realizar uma compra, pense que você está tendo uma oportunidade de contribuir com o planeta, analise o impacto do descarte da embalagem no meio ambiente, o nível de responsabilidade social da marca e, principalmente, se existe uma forma mais sustentável de você atender a sua necessidade, isso pode evitar compra desnecessárias;
Faça dos 5 Rs um grande aliado para resistir às ofertas tentadoras da Black Friday. Repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. Sentir que você está contribuindo com uma causa maior, como a sustentabilidade do planeta, pode ser de grande valia no combate ao consumismo;
Cuidado com os parcelamentos, principalmente, com o cartão de crédito. Os níveis de endividamento e inadimplência do brasileiro estão em níveis alarmantes e representam riscos para saúde financeira e emocional;
Fique atento aos apelos promocionais no mundo digital, para sair ileso da Black Friday, além de práticas de consumo consciente, será necessário que você tenha consciência digital.
Sobre Rebeca Toyama
Rebeca Toyama é fundadora da ACI, signatária do Pacto Global da ONU. Mestre em Psicologia Clínica e Administradora. Especialista em educação corporativa, carreira e bem-estar financeiro. Atua há 20 anos como palestrante, mentora e coach. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT, da Galícia Educação, da Universidade Fenabrave e do Instituto Filantropia. Colaboradora do livro Tratado de Psicologia Transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos.