Casos de Covid também lideram as hospitalizações no período no País (UTI Pedro Ribas/SMCS)

O Brasil segue acompanhando uma escalada nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e tanto o Paraná como Curitiba apresentam tendência de crescimento no longo prazo para as notificações relacionadas aos problemas virais. É o que revela o novo Boletim InfoGripe, divulgado ontem pela Fiocruz.

Com dados referentes à Semana Epidemiológica (SE) 48, que compreende o período de 27 de novembro a 3 de dezembro, o estudo mostra que o estado e a capital apresentam uma tendência de estabilidade no curto-prazo (últimas três semanas), mas que no longo prazo (últimas seis semanas) a probabilidade de crescimento no contingente de acometidos por SRAG supera 95%. Isso significa que o ritmo de crescimento semanal da doença pode estar caindo, o que indica a possibilidade de formação de platô no número de casos novos de SRAG.

No caso paranaense, a taxa de incidência de SRAG (por 100 mil habitantes) chegou a ficar próxima de 2 há cerca de um mês. Desde então, contudo, o número de infecções disparou e hoje essa taxa está um pouco abaixo de 4 – ou seja, praticamente dobrou nas últimas semanas.

Já no caso curitibano, a taxa de incidência de SRAG chegou a ficar abaixo de três nos últimos dois meses, mas apresenta tendência de alta há cerca de seis semanas e hoje já se aproxima de cinco casos para cada 100 mil habitantes, o maior nível desde a semana 32 (quatro meses atrás).

De acordo com a Fiocruz, três em cada quatro casos de síndrome respiratória que foram parar em hospital no último mês estavam associados à Covid-19, que foi responsável por 76,7% dos casos de SRAG do país, considerando apenas os casos em que foram detectados vírus respiratórios. Na análise dos óbitos por SRAG, a prevalência da covid-19 chega a 94%.

Diante de tal cenário, o coordenador do InfoGripe reforça a importância da vacinação em dia e do uso de boas máscaras (preferencialmente N95 ou PFF2) em ambientes de maior exposição ao vírus. “É importante manter os cuidados porque estamos entrando no período em que a gente aumenta a nossa exposição com as celebrações de fim de ano”, ressalta o pesquisador Marcelo Gomes.

“Estamos mais perto do fim da pandemia, mas ainda não chegamos lá”, diz especialista
“Estamos mais perto do fim do que do começo da pandemia, mas ainda não chegamos lá. A vacina é o único caminho para esta realidade”, afirmou na quarta-feira o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, durante o 2º Seminário Estadual de Imunização, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa). O encontro ocorreu no segundo dia do evento Saúde em Campo, em Curitiba.

A mesa-redonda propôs iniciativas e estratégias conjuntas para enfrentar o cenário de redução nas coberturas vacinais no Paraná e no Brasil, principalmente da Covid-19, e contou com a presença de gestores e profissionais da área dos municípios e do Estado.

De acordo com o palestrante, a imunização completa será o diferencial entre contrair a Covid-19 em sua forma leve ou grave. “Hoje não vemos os quadros pulmonares extensos como havia antes da vacina. Justamente por isso ela tem um papel importantíssimo neste momento. As pandemias acabam quando o vírus é confrontado com uma população imunizada e protegidas”, reforçou.
“A imunização é um exemplo de sucesso ao longo dos anos”.