(Divulgação iDeclatra)

A proposta do Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (iDeclatra) de um “Museu da Democracia” em Curitiba foi apresentada à Ministra da Cultura, Margareth Menezes, na última sexta-feira, 20, pela diretora-geral da entidade, Mírian Gonçalves, acompanhada da presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann, e da historiadora e diretora do Museu Lava Jato e coordenadora do Memorial Lula Livre, Maitê Ritz.

O museu destaca a participação essencial dos movimentos sociais para o fortalecimento da democracia, resgata seus princípios e história desde a Grécia Antiga até a sua trajetória no Brasil com ênfase na luta pela redemocratização do país e a sua defesa na atualidade. “Curitiba foi palco do primeiro comício das ‘Diretas Já’ em janeiro de 1984 em ato histórico que serviu de exemplo para as demais capitais e grandes cidades. Agora, mais uma vez, diante de fortes ameaças, a capital paranaense traz o seu pioneirismo e vanguarda”, afirma Mírian Gonçalves que foi a primeira mulher eleita para o executivo municipal como vice-prefeita de Curitiba, no período de 2013 a 2016.

Durante o encontro em Brasília, a ministra Margareth Menezes ressaltou a importância da proposta do museu que está em consonância com a diretriz do Ministério da Cultura de preservar a memória e ampliar o seu acesso à população tal como o projeto de um “Memorial de 08 de janeiro de 2023” que remonta os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes da República na capital brasileira. “Gostei do projeto. É fundamental para a nossa democracia e vamos unir esforços para defendê-la”, destacou.

Na ocasião, o secretário-executivo da Cultura, Márcio Tavares, orientou sobre os próximos passos como a definição de parcerias para obtenção de recursos e um local para o museu. A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, também considerou o projeto relevante para o país e pertinente para o atual momento da democracia brasileira.

Parceiros

O projeto do “Museu da Democracia” foi levado ao prefeito de Curitiba, Rafael Greca de Macedo, ainda em dezembro de 2022, quando se discutiu a ampliação de sua abordagem, contemplando, conforme sugestões do prefeito, seus princípios e marcos históricos como as suas origens na Grécia Antiga, em Atenas, os anos de 1688 na Inglaterra e a Revolução Gloriosa, de 1789 e a Revolução Francesa, de 1792 e a eleição presidencial nos EUA com a participação de estados originais, de 1945 e o surgimento da ONU, assim como os seus acontecimentos no Brasil a exemplo da Constituição de 1946 que garantiu princípios democráticos, o golpe militar de 1964, o primeiro comício das “Diretas Já” em 1984 na capital paranaense até a contemporaneidade.

A proposta inicial destaca o papel fundamental dos movimentos sociais como defensores e guardiões da democracia e assim aglutina diferentes parceiros como Associação de Moradores da Vila Formosa, Ferrovila, Vila Leão, União Geral de Bairros de Curitiba, entidades pioneiras e que dispõem de amplo acervo, estimado em mais de 30 mil fotos e documentos sobre as lutas sociais.

Outro importante parceiro é o Memorial da Vigília, que inclui um centro de documentação da Operação Lava Jato, acervo bibliográfico a respeito da lawfare e ainda mais de 8000 fotos catalogadas sobre a Vigília Lula Livre, artefatos como livros de assinatura, camisetas e outros utensílios, mais de 1.000 vídeos do acampamento, além de acesso ao acervo completo do CEDOC (Centro de Documentação do CEFURIA).

A Universidade Federal do Paraná é um parceiro interessado no Museu da Democracia. O projeto será apresentado ao reitor da Universidade, professor Ricardo Marcelo Fonseca, ainda nesta semana. “Nosso objetivo é reunir diferentes parcerias para que o museu tenha ampla participação da sociedade civil organizada e defensora da democracia de modo que não retrate apenas o passado, mas construa o futuro”, destaca a responsável pelo projeto, a diretora-geral do iDeclatra, Mírian Gonçalves.