
Essa semana eu completei 48 anos e, só agora, perto dos 50, é que comecei a entender os motivos pelos quais muitas mulheres evitam falar a idade! A cobrança é muito grande e ser mulher, em qualquer idade, é sempre um desafio. Mas depois dos 40 é um misto de “vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir” com “ando devagar porque já tive pressa”.
“48 primaveras”, como alguns gostam de amenizar, é coisa pra caramba! Só que os tempos mudaram e, graças a Deus, a tecnologia e a estética avançaram. Nesses novos tempos, bem-estar e a qualidade de vida viraram meta pra muita gente, da minha e de outras gerações!
Em 1975, ano que nasci, a expectativa de vida do brasileiro era de 57 anos! Ou seja, se o mundo não tivesse evoluído, “já estaria com o pé na cova”, como costumava dizer minha avó materna, uma descendente de italianos que morreu aos 94 anos, por pura teimosia!!
Agora, o brasileiro vive, em média, 76 anos. E eu, prestes a completar cinco décadas, sinto como se estivesse em plena adolescência! Com a vantagem de ser uma adolescência madura! A gente sabe o risco das M… que faz ou pretende fazer!
Já sei que não dá pra exagerar no açúcar, no álcool ou no trabalho. Que paixão e amor são coisas diferentes e que ambas podem ser boas surpresas ou grandes ciladas.
Que existem duas formas pra ver o sol nascer: permanecendo acordada ou despertando antes do astro rei. Só perco o espetáculo se estiver dormindo.
Durante essa jornada, também aprendi que o mundo dá voltas e que elas costumam ser bem rápidas. Curiosamente, nessas voltas é comum encontrar quem se atravessou ou jogou pedras pra atrapalhar o caminho em algum momento. Posso querer tirar satisfação ou seguir em frente. Geralmente, a segunda opção é a melhor, mas nem sempre é a que acalma os ânimos.
Outra coisa que só a experiência ensina é que o silêncio é mais eloquente do que palavras bonitas e bem elaboradas apenas pra impressionar.
Que uma hora os cabelos vão embranquecer e a bunda vai cair. Isso um bom cabeleireiro e musculação ajudam a dar jeito. Porém, ninguém dá jeito em falta de caráter, falta de conteúdo e mau humor. Nem Rivotril resolve.
Quando a gente percebe que no obituário tem mais nomes conhecidos do que na lista de nascimentos e de casamentos, é hora de avaliar se os itens do carrinho de compras da vida são aqueles que trazem paz e alegria ou servem apenas pra alimentar o ego dos outros. Se a resposta for a primeira, beleza! Se não for, é hora de rever o trajeto!
Danielle Blaskievicz é jornalista, empresária e acredita que inferno astral é a gente quem faz.