Terninho preto de veludo e camisa branca: uniforme chique (@jane.birkin Reprodução/Instagram)

Reza a lenda que, durante um voo entre Londres e Paris, em 1981, a atriz e cantora britânica Jane Birkin, que morreu neste fim de semana, derrubou todo o conteúdo de sua indefectível bolsa de palha pelo avião. Jean-Louis Dumas, diretor-administrativo da marca de luxo Hermès, estava ao seu lado e a ajudou a recolher tudo. Jane aproveitou para sugerir a ele que a marca fizesse “bolsa maior que a Kelly (inspirada na princesa de Mônaco, Grace Kelly) e com bolsos”. Três anos depois, em 1984, a Hermès lançava a Birkin, um de seus modelos mais caros e desejados – que Jane, aliás, usava de um jeito bem informal, entreaberta e customizada.

A britânica mais francesa de todos os tempos era assim mesmo. Livre, leve, solta e absolutamente elegante. De calça jeans, camiseta branca, franjinha e aquele je ne sais quoi irresistível, que transforma a mais básica das roupas em produção fina.

Ela era, de fato, a personificação do estilo francês: roupas clássicas, muitas compradas em brechó, usadas de um jeito despretensioso e sensual. Mistura que incendiou ainda mais sua participação na gravação de ‘Je t’aime… moi non plus’, canção gravada com Serge Gainsbourg, seu parceiro romântico até os anos 1980 – depois ela viveu com JaCques Doillon. Nos últimos anos, tornou-se apoiadora de causas humanitárias e femininas.

Jane manteve o estilo com o passar do tempo. Ria dos fotógrafos quando perguntavam as marcas de suas roupas – eram desconhecidas ou vinham de brechó. Seguiu em paz também com o tempo, sem grandes intervenções nem produções.

Jane e Serge Gainsburg protagonizavam cenas icônicas, divertidas e sensuais (Bert Stern)