
A Copel divulgou hoje um “fato relevante” ao mercado, anunciando que deve lançar entre hoje e amanhã uma oferta pública de ações, dando sequência ao processo de privatização da companhia. A operação deve ofertar entre R$ 4,3 bilhões e R$ 5 bilhões, de acordo com o comunicado.
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“Considerando a cotação das ações ordinárias da Companhia (CPLE3) no fechamento do mercado de ontem (24/7), a Oferta Pública envolveria valores entre R$ 4,3 a R$ 5 bilhões”, diz o texto subscrito pelo diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Copel, Adriano Rudek de Moura.
A estatal paranaense espera até o próximo dia 2, receber a autorização do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o valor de R$ 3,71 bilhões definido pelos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda pela outorga das usinas Salto Caxias, Segredo e Foz do Areia.
Assembleia Geral aprovou novo estatuto
No último dia 10, a assembleia geral de acionistas da Copel aprovou o novo estatuto da empresa e a transformação da companhia em uma corporação, no modelo de “sociedade com capital disperso e sem acionista controlador”.
Os principais pontos do estatuto são a permissão para o Conselho de Administração aprovar o aumento do capital social, entre outras possibilidades, com a finalidade de colocação mediante venda em bolsa de valores ou subscrição pública de novas ações
ordinárias.
Além disso, ele vai permitir a criação e emissão de Golden Share (ação preferencial de classe especial de titularidade do Estado do Paraná), co poder de veto, condicionada à liquidação da Potencial Oferta e consequente Transformação em Corporação, e a criação de limitação para que nenhum acionista ou grupo de acionistas venha a exercer votos correspondentes a mais de 10% do total de votos conferidos pelas ações com direito a voto em cada deliberação.
Acionista, BNDES questionou “diluição de poder de voto”
A assembleia atendeu parcialmente pedido do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) através do BNDESPar e adiou a vitação de quatro itens da pauta, que previam a entrada da Copel no Novo Mercado da B3 da Bolsa de Valores de São Paulo, e a conversão de ações preferenciais em ações ordinárias. Segundo maior acionista da companhia, com 23,97% das ações, o BNDESPar alegou que os itens envolveriam pontos que diluem o poder de voto tanto do Governo do Paraná, maior acionista (31,07% de participação), pois o tiram do posto de acionista controlador, quanto do BNDESPAR. A iniciativa atendeu a pedido da Frente Parlamentar das Estatais na Assembleia Legislativa, que é contra a privatização.
“O voto contrário do Banco na Assembleia de Acionistas se dá por entender que o modelo de Corporation proposto, ao restringir os direitos políticos dos acionistas em no máximo 10% do valor representativo do capital social, pode levar a um desequilíbrio dos interesses dos acionistas minoritários da Companhia”, explicou o BNDES em nota.
“O BNDESPAR, em seu posicionamento na AGE, levará em consideração a natureza estratégica da Companhia e o seu relevante papel para segurança energética do Brasil, bem como assegurará os direitos e interesses do BNDES como banco público, que financia e participa da empresa há mais de 30 anos”, afirmou o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, na mesma nota.
Vão coordenar a oferta o BTG Pactual, Itaú BBA, Bradesco BBI, UBS BB e Morgan Stanley.