Desde a recuperação da estrutura, passando por reformas sem fim e a decoração: “A reforma demorou um ano e uma ulcera”, brinca proprietária (Fotos: Franklin de Freitas)

“Não me ache esquisita, mas eu gosto de pesquisar casas. Olha essa aqui!”. Foi com essa mensagem que Marcia Oleskovicz confessou um gosto diferente para o namorado, Nicholas Arand, e La Polaca nasceu. Nicholas, apaixonado pela casinha e, claro, pela namorada, decidiu comprar o imóvel no dia seguinte mesmo e o processo de reforma começou. Foi demorado, mas o casal não se arrepende e tem orgulho do que, junto, construiu.

O terreno no bairro Juvevê não era tão atrativo para as construtoras. Por ser uma casa antiga, não havia recuos — espaço entre a construção e o portão, por exemplo. As janelas da casa já davam diretamente para a rua. Por isso, quem se interessasse pelo terreno teria que assumir parte da estética existente. E foi exatamente isso que Marcia e Nicholas decidiram fazer.

Entre desenhos, opiniões de arquitetos e sonhos, o processo de reforma foi mais demorado e caro do que o casal esperava. “A reforma demorou um ano e uma ulcera”, brincou Marcia. “Se a gente tivesse pensado, a gente nem teria comprado”, disse Nicholas rindo. E o humor do casal mostra a personalidade que conseguiram estampar na casa: colorida, alegre, mas aconchegante e com carinha de “lar”.

Hoje, a casa é um charme até para quem vê só de fora. Com a janela ainda para a rua, deque com direito a um lindo xaxim e uma entrada coberta por sapatinho-de-judia. E para quem entra, a casa é uma verdadeira obra de arte viva. Grande parte dos móveis era usado e foi reformado pelo casal, principalmente por Nicholas. Nas paredes, quadros dos mais variados artistas, amigos e conhecidos. Além de uma bicicleta pendurada, os instrumentos a mostra e uma variedade sem fim de objetos que viraram parte da casa.

Processo demorado, mas que valeu a pena todo esforço investido

Quando Nicholas decidiu comprar a casa, Marcia não acreditou. O casal, na época, não tinha dinheiro para arcar com a compra de um imóvel, mas, ao mesmo tempo, não queria perder a casinha pela qual tinha se apaixonado. A ideia do financiamento, então, parecia a mais fácil, mas por ser uma casa de madeira e já em condições não muito boas, não havia aprovação. O que funcionou foi uma carta de crédito, e depois de seis meses estavam com as chaves em mãos.

Durante a reforma, uma série de surpresas sobre a casa foram aparecendo: muitos cupins, paredes caindo… tudo tinha que ser reconstruído, e assim foi. Marcia e Nicholas se mudaram para a casa antes mesmo da reforma acabar. “Chegamos aqui e o quintal ainda era um campo de guerra, os pedreiros continuavam a trabalhar”, conta Nicholas.

“A gente foi decorando aos poucos… no geral, tudo isso durou um ano e pouco, mas a casa é meio viva, sabe? A gente tira isso daqui, coloca ali e assim vai indo. A casa virou nosso xodó”, relata Marcia. Além da decoração feita à mão, até a parte elétrica da casa foi trabalho de Nicholas, assim como prateleiras, a mesa da sala e até uma cadeira.

La Polaca: a ideia do nome

Marcia e Nicholas, além de muito criativos e apaixonados pela casinha, também amam viajar. E foi em uma dessas viagens que a ideia do nome surgiu. “Fizemos uma bicicletada em Montevideo, no Uruguai, e por lá todas as casas têm nome. Nisso, eu falei: quando a gente tiver uma casa, ela vai ter nome. E aí foi La Polaca porque meu nome é polaco… e foi assim, uma mistura”, relata Marcia.

Além do nome, a casa ganhou até um Instagram e sempre recebe elogios. A casinha que apareceu na conversa de dois apaixonados, hoje é um lar cheio de história e muito convidativo em Curitiba.

Lívia Berbel sob supervisão de Mario Akira