
O técnico Guto Ferreira está de volta ao Alto da Glória. Cerca de um ano após ser dispensado pelo Coritiba, que na época preferiu apostar na contratação do português Antônio Oliveira do que na continuidade do treinador que ajudou a salvar a equipe do rebaixamento em 2022, o novo comandante coxa-branca foi apresentado nesta sexta-feira (1º de dezembro) à torcida. Em entrevista coletiva, falou sobre o planejamento para 2024, explicou os motivos para seu retorno e deu alguns indicativos sobre a montagem do elenco para a próxima temporada.

Em primeiro lugar, o técnico coxa-branca mostrou confiança em relação ao futuro do Coxa, apontando que “a grandeza do projeto” e “o tamanho do pensamento do clube” foram fatores determinantes para seu retorno. “Muito feliz em estar retornando para um dos projetos mais ambiciosos do futebol brasileiro no momento. A gente gosta disso, de desafios como esse, que nos mova a crescer cada vez mais. Em um grande clube, que tem acima do seu escudo uma marca que não é para qualquer um, uma marca de campeão brasileiro”, destacou o treinador.
Em sua carreira, alguns dos trabalhos de maior destaque de Guto foram na Série B, com acessos conquistados com equipes como Ponte Preta (2014), Bahia (2016) e Sport (2019). Uma experiência que faz o treinador saber que o futuro, ainda que promissor, terá momentos de turbulência. “Nós vamos ter momentos, sim, de quebrar muita pedra, até chegar no momento de só surfar a onda. E até chegar nesse momento, mais do que nunca nós [torcida e clube] precisamos estar juntos.”
Ao ser questionado sobre a saída do Alto da Glória no final de 2022, porém, o treinador não quis comentar o assunto. “Essa questão é passado, já não move mais, não traz benefício nenhum para o projeto do Coxa. É passado, superado, não mexeu com nada na minha pessoa. Temos que olhar para frente, olhar o hoje, o que vem sendo feito, que já começou a temporada de 2024 para o Coritiba.”
O Coxa de ontem, o Coxa de hoje e o Coxa de amanhã
Guto Ferreira também apontou ter percebido mudanças no Coritiba em relação a quando saiu, quando a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) ainda não havia assumido a gestão do clube. Segundo ele, “muita coisa foi feita”, desde ajustes em termos de estrutura física até o reforço no quadro de profissionais atuando nos bastidores, distribuição de tarefas dentro do clube e organização.
Já com relação ao plantel para a próxima temporada, ele repetiu à imprensa o que teria dito aos próprios atletas.
“Eu vou falar para vocês o que falei para eles na apresentação: é um plantel que não atingiu a sua plenitude. O porque eu não tenho como responder, não estava aqui, mas a competência é muito grande. Muitas vezes, quando os resultados começam a não acontecer, dentro do futebol começa a vir um declínio de um dos fatores mais importantes, que é a confiança. A confiança minimiza muito o desempenho e faz você enxergar um jogador que tem uma qualidade bastante grande como, muitas vezes, um jogador medíocre”, disse o treinador, destacando a necessidade de trabalhar muito bem o mental dos atletas e de a torcida apoiar a equipe mesmo nos momentos de dificuldade.
“Eu enxergo a qualidade do plantel assim: é um grupo muito interessante, mas com desempenho aquém da sua condição. Cabe a nós, trabalhando no dia a dia, recuperar essa confiança, treinar para readequar e coloca-los na sua melhor versão, cada um deles na sua melhor versão”, disse Guto, esclarecendo ainda que jogadores que manifestarem desejo de deixar o clube não serão obrigados a ficar. “Para gente atingir resultados nós necessitamos de comprometimento, e comprometimento não existe 99%: ou se está comprometido, ou não se está comprometido.”