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Foto ilustrativa (Tânia Rêgo/ABr)

Viver em sociedade está cada dia mais desafiador. É tanto sapo se achando príncipe encantado que, ultimamente, é mais negócio ficar com o sapo. Ele, pelo menos, não emite opinião.

No amplo e variado universo dos defeitos humanos, é como se cada cidadão tivesse adquirido um ticket de entrada pra um parque de diversões peculiar, onde a montanha-russa e o trem-fantasma são os brinquedos mais amigáveis.

Tem gente inteligente que tem chulé.

Tem gente bonita que solta pum na hora errada.

Tem gente azeda que trabalha direitinho.

Tem gente estilosa com bafo e gente simpática que torce pro time errado.

Tem gente rica e sem noção e gente sarada que não enxerga um palmo à frente do nariz.

Tem gente que tem o humor mais instável que a previsão do tempo em Curitiba.

Na Divina Comédia Humana, o inferno, o purgatório e o paraíso se desenham conforme a paciência e o grau de conhecimento de cada envolvido.

Todo mundo tem defeitos, mesmo aqueles que não acreditam nisso.

É hora de escolher a parte do mundo cujos defeitos são possíveis suportar. É como fazer compras em um mercado excêntrico, onde cada pessoa é um pacote de peculiaridades, pronto para ser desembrulhado.

Afinal, a vida é um grande menu de imperfeições. Cabe a cada um decidir qual prato está disposto a degustar.

No grande espetáculo da vida, os defeitos são apenas os adereços cômicos que tornam a jornada mais interessante. E, afinal, quem quer um elenco perfeito quando o charme está justamente na imperfeição?

Que cada um desfile com seus defeitos, como se fossem os trunfos do divertido jogo chamado “vida”.

*Danielle Blaskievicz é jornalista, empresária e ciente de alguns dos seus defeitos.