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O secretário da Educação do Paraná, Roni Miranda Vieira, acompanha o primeiro dia de aula em escolas estaduais (Foto: Valquir Aureliano)

Teve início nesta segunda-feira (5 de fevereiro) o ano letivo de 2024 na rede estadual de ensino do Paraná, com mais de 900 mil estudantes voltando às aulas em todo o estado. E a movimentação no primeiro dia de aula foi acompanhada de perto pelo secretário de Educação Roni Miranda Vireira, que esteve na manhã de hoje no Colégio Estadual Anibal Khury Neto, em Curitiba.

A escola localizada na Capital foi uma das duas instituições de ensino que concordaram em aderir, no final de 2022, ao modelo de gestão administrativa compartilhada com a iniciativa privada (a outra instituição foi o Colégio Estadual Anita Canet, em São José dos Pinhais). A ideia do “Projeto Parceiro da Escola”, basicamente, é deixar a parte gerencial e administrativa das instituições de ensino para a empresa parceira. E os resultados até aqui são avaliados como positivos, tanto que o governo Ratinho Junior já começa a avaliar a possibilidade de ampliar o programa de parcerias.

“Temos duas escolas com parceria público-privada, uma em Curitiba e outra em São José dos Pinhais, e estamos avaliando [ampliar o projeto]. Vamos consultar os pais, a comunidade escolar, e havendo interesse, vamos adotar, sim [a parceria em mais escolas]”, declarou o secretário de Educação durante a visita à escola em Curitiba. “Foi um piloto que fizemos com duas escolas e agora vamos formular um trabalho para começar a discutir o assunto com todo o Governo do Estado e toda a sociedade civil”, ressaltou ainda.

O secretário ainda rechaçou em sua fala que essa parceria, essa interação entre público e privado representasse uma privatização da educação. “Não se aplica [o termo privatização]. Temos aqui nossa diretora, como em qualquer outro colégio estadual, e todos os estudantes são da comunidade, inclusive aumentou as matrículas: quando implementamos o projeto havia 800 matrículas e hoje chegamos a mais de 1.150 nesta escola. Ou seja, é algo que está dando resultado”, destacou o secretário, comentando que esse tipo de parceria garante mais celeridade e agilidade para a gestão escolar.

“O Estado é grande, temos 399 municípios, mais de 2 mil escolas no Paraná. A gestão nossa é grande, é um elefante, vamos dizer assim. Para movimentar tudo isso é muito grande. Um parceiro consegue fazer toda essa gestão micro com mais celeridade, agilidade, e dando as respostas que o público espera. Isso casando integração entre o público e o privado. Não é uma privatização, é uma parceria. Ou seja, o público e o privado no mesmo espaço. E fazemos aferição analisando frequência escolar e aprendizagem dos nossos estudantes nessas escolas.”

Ampliação do ensino em tempo integral e melhoria nas salas de aula

Outro esforço destacado por Roni Miranda foi a ampliação das escolas em tempo integral. Em 2018, quando o governador Ratinho Junior assumiu a gestão, 34 instituições de ensino estaduais ofereciam aulas em tempo integral. Hoje, já são 412 escolas.

“É o estudante mais tempo na escola, com alimentação. Ele tem cinco refeições diárias nessas escolas, conteúdos exclusivos de abordagem como conteúdo de vida, programação, robótica, empreendedorismo… Isso desenvolve não somente as disciplinar do currículo normal, mas outras disciplinar que levam à formação geral desse indivíduo, desse estudante nosso”, disse o secretário de Educação.

Ainda segundo o gestor, a implementação do ensino integral em mais escolas demandou todo um planejamento, uma análise crítica sobre as vagas ociosas na rede pública de ensino, uma vez que havia a necessidade de readequação das salas de aula e remanejamento de estudantes para garantir que a ampliação do ensino integra não implicasse numa redução na oferta de matrículas, já que as salas de aula passariam mais tempo ocupadas por uma mesma turma, por exemplo.

“Fizemos planejamento, análise crítica, de vagas ociosas. Fizemos uma readequação das salas de aula, remanejando estudantes de acordo com suas necessidades, e também implementamos um programa de metodologia de construção rápida de sala de aula. Ano passado construímos 295 salas de aula, substituindo salas de madeira. E neste ano, já no dia 6, vamos ter uma grande licitação novamente para a substituição de mais 200 salas de aula.”

Escolas cívico-militares

Outra questão abordada pelo secretário foi a das escolas cívico-militares. O programa, implementado pelo governo federal durante a gestão de Jair Bolsonaro, foi descontinuado pelo governo do presidente Lula. No Paraná, porém, o governo estadual assumiu a missão de dar continuidade ao projeto. Em 2023, 194 escolas estaduais e 12 instituições federais adotavam o modelo cívico-militar. Hoje, já há 312 escolas paranaenses que aderiram ao modelo.

“O governo federal optou pela opção de descontinuidade, mas nós entendemos que aqui no Paraná esse modelo tem dado certo, vem dando resultado. A gente olha pro resultado de aprendizagem, e nesse momento chegamos a 312 escolas no modelo cívico-militar. É um modelo grande, é um modelo que dá resultado, é um modelo que a sociedade paranaense deseja e estamos muito felizes com o modelo”, ressaltou Roni Miranda, destacando ainda dois aspectos principais que se destacam nesse tipo de escola.

“Há dois aspectos principais das escolas cívico-militares. O primeiro é a disciplina, que é o foco maior. Com a presença dos militares como colaboração, parceiros integrados à comunidade disciplinar, conseguimos trazer mais disciplina: o respeito ao colega, a tolerância, o respeito às regras. É o que traz a cívico-militar. E o aumento das aulas também, que são seis aulas [por dia]. Essas são as diferenças, porque os professores são os mesmos, os diretores são os mesmos que seriam em qualquer outra escola estadual.”

Investimento no ensino técnico

Por fim, Roni Miranda ainda destacou que em 2024 o Governo do Paraná estará investindo pesado no ensino de programação aos estudantes da rede estadual. São mais de meio milhão de estudantes com idades de 10 a 17 anos que terão duas aulas por semana de programação, aprendendo a criar sites, programar front-end e back-end e até mesmo a criar jogos.

Além disso, o secretário da Educação também ressalta que haverá uma ampliação da recomposição da aprendizagem, num esforço para se recuperar o “tempo perdido” durante o auge da pandemia de Covid-19; destaca ainda a continuidade e o fortalecimento das plataformas educacionais; além da ampliação do ensino técnico.

“Neste ano estamos ampliando a rede estadual de ensino técnico, chegamos a 112 mil estudantes fazendo ensino técnico no Paraná, no Ensino Médio. Com 15 anos já vão sair com a profissão integrada ao mercado de trabalho, e fizemos uma parceria com o Senai, compramos 2.530 vagas de curso técnico. O estudante tem aula na rede estadual quatro dias da semana e um dia da semana ele vai para dentro do laboratório do Senai, para sair no final do Ensino Médio com o certificado do Ensino Médio e um certificado técnico.”