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Vacina do laboratório Takeda: negociada com o Ministério da Saúde (Divulgação/Laboratório Takeda)

O aumento dos casos e dengue em Curitiba provocou uma corrida à rede privada pela vacina contra a doença. Praticamente não há doses disponíveis nas clínicas e farmácias consultadas pela reportagem na manhã da quinta-feira.

A reportagem conseguiu encontrar disponibilidade de doses nas unidades Fazendinha, Barigüi, Alto da XV da rede Frischmann Aisengart. O valor é de R$ 419,00 e pode ser parcelado em até 12 vezes no cartão. Ainda há em estoque para agendamento domiciliar.

Em outros laboratórios consultados o valor cobrado era de R$ 400, conforme informado pelas clínicas Prevvina e também nos laboratórios da Unimed. No entanto, não havia disponibilidade da doses e sequer previsão de chegada.

Na rede Panvel, por exemplo, havia até uma oferta com preço promocional até março: comprando uma dose saia R$ 309,99 e duas doses R$ 299,99. Mas segundo a assessoria do grupo, não há doses e tampouco uma previsão de quando novas doses podem ser compradas.

A Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC) já havia se pronunciado sobre a procura pela Qdenga. A demanda começou a crescer a partir de outubro de 2023, quando foram aplicadas 1.463 doses, mais que o dobro do mês anterior, setembro. De lá para cá, a procura cresceu mais 237%, fechando janeiro de 2024 com 4.923 doses aplicadas. Em dezembro do ano passado, haviam sido 2.341.

No período acumulado de julho de 2023 a janeiro de 2024, foram administradas 13.290 doses da Qdenga. Os dados são relativos a cerca de 280 clínicas particulares do país. Cada aplicação custa, aproximadamente, a partir de R$ 350. “Algumas clínicas privadas já relataram a falta do imunizante em algumas regiões devido à alta procura”, diz comunicado da ABCVAC.

Campanha nacional


O MInistério da Saúde negociou com a japonesa Takeda a compra da vacina contra a dengue. As primeiras 750 mil doses da vacina contra a dengue chegaram ao Brasil no dia 20 de janeiro. O Ministério da Saúde informou que adquiriu todas as 5,2 milhões de doses do imunizante —chamado Qdenga— disponibilizadas pelo fabricante para este ano. Elas serão entregues em etapas até o mês de novembro. A previsão do governo é vacinar cerca de 3 milhões de pessoas em 2024.

Válvulas
DNA da Grande Curitiba
Empresa alemã, com unidade no Paraná, é responsável pelas válvulas usadas pela farmacêutica japonesa Takeda, que está produzindo o imunizante Qdenga. A organização para distribuir essas vacinas é praticamente a última etapa de um processo que começa com as pesquisas científicas até chegar na produção, especificamente. É nessa etapa que as válvulas desempenham um papel essencial para garantir a qualidade da vacina que vai ser oferecida para a população.
A empresa alemã Gemü, referência mundial na produção de válvulas para indústrias dos mais variados setores, vendeu diversas válvulas para a unidade da famarcêutica Takeda, em Singen, na Alemanha, para a produção da vacina QDenga. A Gemü tem uma unidade em São José do Pinhais, no Paraná.
Segundo Hans Paul Mösl, gerente geral de vendas da área farmacêutica, alimentícia e de biotecnologia da empresa no Brasil, toda fábrica de medicamentos utiliza água pura ou WFI, que é água para injetáveis.
“Os injetáveis precisam de uma água super pura nos processos de fabricação de medicamentos. É para garantir essa pureza que a válvula diafragma é utilizada”, diz Mösl. Homologada por empresas internacionais, a válvula diafragma permite uma drenabilidade total de toda a água que passa pela tubulação.

“Quando isso não acontece, a água parada pode causar contaminação. Nossa válvula é a única 100% drenável e garante a segurança na produção de injetáveis, como a vacina ”, explica o gerente geral.